16 abril 2012

Fusões e aquisições diminuem no 1º trimestre, aponta Merrill Data

A desaceleração da atividade econômica reduziu o ritmo de fusões e aquisições tanto no mundo quanto no Brasil no primeiro trimestre do ano, de acordo com um levantamento realizado pelo Merrill DataSite, empresa multinacional que desenvolve softwares para auditoria e armazenamento de documentos, em parceria com a consultoria Emerging Markets.

Porém, a injeção de liquidez do Banco Central Europeu e os dados mais animadores do mercado americano nos últimos meses devem impulsionar as transações desse tipo nos próximos meses, avalia Elias Letsis, chefe de pesquisa da Merrill.

Do começo do ano até meados de março, foram contabilizadas 1.687 operações de fusão e aquisição ao redor do globo, que totalizaram US$ 284,6 bilhões. Nos primeiros três meses de 2011, foram fechados 3.242 negócios do tipo, que movimentaram US$ 602,9 bilhões.

O ritmo de aportes por parte de private equities — fundos de investimento em participações — também recuou no começo do ano, passando de US$ 64,4 bilhões no primeiro trimestre de 2011 para US$ 28,6 bilhões neste ano, considerando os dados mundiais.

De acordo com a Merrill Data, a desaceleração da economia global prejudicou o crescimento do mercado de fusões e aquisições da América Latina no período. O começo de ano foi lento na região: até meados de março, foram contabilizadas 59 operações, que movimentaram US$ 10,7 bilhões. No mesmo intervalo de 2011, esses negócios envolveram US$ 23,6 bilhões em recursos.

Apesar da desaceleração na região, a empresa aponta o Brasil como um dos destaques do período, devido, principalmente, à oferta feita pelo Itaú Unibanco para o fechamento de capital da Redecard – a operação para adquirir os 49,9% da companhia que estão nas mãos do mercado deve movimentar, no mínimo, R$ 12 bilhões ou cerca de US$ 7 bilhões.

A Merrill Data aponta ainda o Brasil como um dos destinos favoritos das empresas de private equity — tendência que deve se manter nos próximos meses. Como exemplo, a empresa cita a aquisição da Ri Happy Brinquedos pelo fundo Carlyle, anunciada em março, por um valor estimado de US$ 325 milhões, e a abertura de um escritório do private equity H.I.G Capital no Rio de Janeiro.

“Na medida em que a economia brasileira continuar a se destacar, a classe média do país também deve crescer, impulsionando projetos em inovação e expansão de serviços e setores de consumo”, destacaram os analistas em relatório.
Fonte:Valor 16/04/2012

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