A Eletrobras assumirá 51% das ações ordinárias, com direito a voto, da distribuidora Celg (CELG-D), segundo nota divulgada pelo Ministério de Minas e Energia. Um acordo firmado nesta terça-feira entre executivos da Eletrobras e representantes do governo de Goiás vai garantir o repasse dos recursos para resgatar a distribuidora do endividamento e executar o projeto de modernização de sua gestão.
A Celg passará pelo processo de reestruturação que envolve contratação de empréstimo, pelo governo de Goiás, no valor de R$ 3,5 bilhões. O crédito será oferecido pela Caixa Econômica Federal, com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Estes recursos serão destinados ao aumento de capital e ao pagamento de dívidas do Estado com a distribuidora local.
Ao todo, a Celg acumula R$ 6,6 bilhões em dívidas. Cerca de R$ 2,5 bilhões estão relacionados ao saldo devedor com a Eletrobras. Este quadro contribuiu para que a o processo de federalização fosse considerado um caminho natural para solucionar os problemas financeiros da distribuidora goiana.
“Concluo essa operação satisfeito, pois conseguimos chegar a um entendimento político e técnico”, disse o ministro de Minas de Minas e Energia, Edison Lobão, durante a reunião fechada realizada nesta manhã com representantes das empresas e o governador Marconi Perillo. Em sua fala, o ministro reconheceu que a então concessionária estadual se encontrava em situação crítica com “elevado endividamento”. Por esta razão, há anos a companhia não era contemplada com reajuste das tarifas de energia e não conseguia atingir os índices mínimos de qualidade do serviço.
Durante a cerimônia, o presidente da Eletrobras, José da Costa, comentou sobre a necessidade de realização dos investimentos necessários para a recuperação da empresa e da qualidade no fornecimento de energia no Estado de Goiás. “Nós agora vamos olhar para o futuro, tanto que daremos prioridade absoluta em algumas obras da rede básica que são importantíssimas”, disse, por meio de nota.
O papel da Eletrobras a frente da Celg envolverá a nomeação de integrantes do Conselho de Administração da distribuidora. O ministério ressaltou que o acordo prevê a busca de "profissionais especializados do mercado" para compor a nova gestão da empresa.
“Acreditamos que essa é uma solução duradoura e definitiva para as nossas empresas e empregados. De nossa parte, faremos um esforço urgente para que a Celg possa voltar a ter a credibilidade que já desfrutou no passado”, afirmou Perillo. Por Rafael Bitencourt
Fonte:Valor 24/04/2012
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