O valor movimentado por fusões e aquisições, em âmbito global, no setor de tecnologia, cresceu 41% em 2011, mesmo diante da ligeira queda no valor global desse tipo de operação em outros setores devido à incerteza econômica.
A cifra alcançou US$ 167,7 bilhões em 2011 (acima dos US$ 119 bilhões verificados em 2010), apesar do declínio no quarto trimestre. Os valores de transações realizadas por Private Equity (PE) subiram 67% durante o ano, contrariando a tendência de declínio na segunda metade do ano, de acordo com o estudo Global technology M&A update, divulgado pela Ernst & Young.
Foram realizados 3.006 negócios em 2011 (contando duas propostas divulgadas, mas de valor não revelado), 13% superior aos 2.658 verificados em 2010. No entanto, a quantidade do quarto trimestre apresentou declínio (pelo terceiro trimestre consecutivo), para 676 negócios, uma queda de 4% no comparativo anual e de 15% desde o pico de 794 ofertas verificado no 1º trimestre de 2011.
O número de negócios do quarto trimestre do ano passado foi o menor desde o segundo trimestre de 2010, refletindo o fato de que os negócios globais em TI não estão imunes aos efeitos da incerteza macroeconômica que esfriou o cenário de fusões e aquisições em outras indústrias.
"As megatendências, como mídias sociais, mobilidade, computação em nuvem e big data, têm sido o combustível para um aumento significativo das fusões e aquisições globais em tecnologia desde 2009, apesar de um ligeiro recuo devido a pressões macroeconômicas no final de 2011. As mesmas pressões sugerem que o crescimento poderá ser lento em 2012, mas a perspectiva de longo prazo continua forte devido à inovação tecnológica disruptiva em curso", afirma o líder de Fusões e Aquisições da Ernst & Young Terco, Ricardo Reis.
Megatendências
Os padrões de negócios realizados em 2011 seguem grandes tendências de tecnologia: mobilidade, computação em nuvem, redes sociais e “big data”, entre outras. Isso gera, como consequência, uma crescente necessidade de segurança da informação. Sub-tendências retratam a força irresistível da inovação disruptiva, responsável pela reestruturação do setor de tecnologia, permitindo simultaneamente uma mudança transformadora em outras indústrias.
Grandes negócios
Tendências que vêm se desenvolvendo há vários trimestres – ou, em alguns casos, até anos – renderam uma longa sequência de negócios de bilhões de dólares em 2011. Trinta e quatro acordos superaram US$ 1 bilhão em 2011, incluindo oito no quarto trimestre. Empresas estabelecidas fizeram importantes movimentos de consolidação e apostaram fortemente em mobilidade (incluindo internet e vídeo), computação em nuvem e business intelligence.
Ao mesmo tempo, uma variedade de transações menores demonstrou a importância estratégica de certas tecnologias, especialmente redes sociais e de segurança, assim como tecnologia da informação na área de saúde, jogos on-line e para celular e tecnologias de publicidade e marketing. Houve entre 100 a 150 negócios em cada uma dessas áreas em 2011, incluindo muitos negócios que englobavam mais de uma dessas áreas.
Consolidação
A indústria de semicondutores também proporcionou negócios de valores elevados. Cinco das dez maiores transações de fusões e aquisições do ano, no valor combinado de US$ 21,2 bilhões, envolveram empresas semicondutoras estabelecidas – tanto como compradoras quanto como adquiridas. Acordos de reestruturação foram anunciados em muitos outros setores, especialmente de equipamentos de comunicações e de computadores, periféricos e de eletrônicos.
PE
Uma das grandes notícias de 2011 foi o retorno do envolvimento de fundos de Private Equity (PE) em transações. A quantidade de transações com presença de PE tem aumentado a cada trimestre, chegando ao total de 317 acordos em 2011, 19% superior ao número de 2010. O valor de negócios dessas operações, no ano passado, chegou a US$ 33 bilhões, um aumento de 67% ante os US$ 19,7 bilhões verificados em 2010.
Crescimento global
Os negócios transnacionais cresceram em valor, de US$ 49,4 bilhões em 2010 para US$ 69,3 bilhões em 2011, com acréscimo de 19% na quantidade de negócios realizados (de 907 em 2010 para 1.077 em 2011). Mas o número diminuiu nos últimos dois trimestres em relação aos negócios nacionais. O ano caminhava para um crescimento ainda maior de negócios entre países até que a incerteza macroeconômica retornou na segunda metade do ano.
Cenários regionais:
• Os negócios nas Américas representaram pouco mais de metade de todo o número global de fusões e aquisições em tecnologia em 2011, evidenciando que esta região continua desempenhando um papel proeminente.
• O crescimento do número e valor de transações na região Ásia-Pacífico superou as médias globais, em um ano de reestruturação para o crescimento estratégico em mídias sociais, mobilidade e computação em nuvem.
• Na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África), a Europa ressurgiu como consolidadora no quarto trimestre do ano, pela primeira vez em cinco trimestres, com um foco particular regional em computação em nuvem e mobilidade.
2012
"As operações de fusões e aquisições em tecnologia proporcionaram um contraponto ao mal-estar macroeconômico global que prevaleceu no segundo semestre de 2011. Mesmo assim, as transações desaceleraram ligeiramente no último trimestre", afirma Reis. "Olhando adiante, 2012 poderá ser um ano de crescimento mais lento para consolidações no setor, dado o retorno da volatilidade macroeconômica e o fato de que os negócios já retornaram ao nível forte nos últimos dois anos. Além disso, alguns players estarão focados na integração dos desafios envolvidos nas grandes apostas feitas em 2011", acrescenta.
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