21 fevereiro 2012

Fundos Monashees e Kaszek investem em corretora on-line

Portal de imóveis VivaReal aposta no interesse de estrangeiros em propriedades no Brasil

Portal de imóveis VivaReal, criado nos Estados Unidos, mira venda de propriedades para estrangeiros.

O crescimento do mercado imobiliário brasileiro chamou a atenção da Monashees Capital e da Kaszek Ventures, mais precisamente os negócios no setor feitos na internet, área na qual as duas companhias focam seus investimentos.

Os dois fundos de venture capital acabam de adquirir fatia no VivaReal, site de compra de imóveis no Brasil e o único que permite que estrangeiros adquiram casas e apartamentos no país - mas não revelam o total do aporte.

O VivaReal não é o primeiro empreendimento no qual a Monashees e a Kaszek estão juntas. Como exemplo, o GetNinjas, portal de compras de serviços on-line, conta com aporte de ambas.

Os encontros não são mera coincidência e acontecem porque as duas são focadas no segmento de tecnologia, embora a empresa tenha atuação voltada para toda a América Latina. A Kaszek é liderada pelo ex-diretor financeiro do Mercado Libre, Nicolas Szekasy, e pelo co-fundador do portal, Hernan Kazah.

Já a Monashees Capital tem participação em nada menos que 15 empresas dos setores de internet e de educação e costuma fazer aporte de capitais entre R$ 500 mil a R$ 5 milhões. No portfólio, está o site de compras coletivas Peixe Urbano.

De acordo com o presidente da Monashees, Eric Acher, a escolha pelo VivaReal se deu pela capacidade de o portal revolucionar o setor imobiliário no Brasil.

"Tem grande potencial de crescimento nos próximos anos", diz. O mesmo discurso é adotado por Kazah, da parceira Kazsek: "A ‘start-up' demonstra, através da capacidade e do método de gestão de seus criadores, excelente potencial de crescimento", afirma, sobre a companhia em fase inicial de operação.

Esta é a terceira rodada de investimentos feito no VivaReal e, segundo o presidente, Brian Requarth, os recursos serão usados especificamente para a atuação da companhia no Brasil - lançado em 2007 nos Estados Unidos, o site foi trazido ao país e à Colômbia em 2009.

"Com o aporte, vamos focar em 2012 em aplicativos para celular e em ampliar a atuação nacional", afirma o executivo, que ainda planeja implementar uma versão do site para smartphones e tablets.

Nas rodadas de investimento anteriores, entraram no VivaReal investidores anjo internacionais como Greg Waldorf, ex-presidente do site de relacionamento americano eHarmony, e Shaun Di Gregorio, presidente do iProperty, portal de imóveis de maior crescimento na Ásia.

Nesta rodada, ainda participou Florian Otto, presidente do site de compras coletivas Groupon Brasil. O presidente do VivaReal diz que as parcerias estão suprindo a necessidade de financiamento para o crescimento da empresa, mas se recusa a falar em montantes.

A empresa de imóveis on-line já possui escritórios em quatro cidades do Brasil e tem planos de expansão no país, acompanhando o aumento de oferta. Nos últimos seis meses, o crescimento foi de mais de 50% no número de imóveis disponíveis para o usuário, ultrapassando as 300 mil unidades.

Requarth destaca que todos os imóveis anunciados, juntos, poderiam abrigar mais de 1,3 milhão de pessoas, superior à população de Guarulhos, segunda maior cidade de São Paulo e décima terceira maior cidade do Brasil. Segundo ele, a cada minuto mais de 40 pessoas procuram imóveis no portal.

O aporte no Brasil se justifica pelos planos da companhia para a participação do mercado nacional - Requarth quer que mais da metade da operação total do portal fique concentrada no Brasil, embora não defina claramente um prazo para isso.

O que ele aposta é que o público estrangeiro deva contribuir para o alcance da meta. O apelo do site junto a este público se justifica pelo esforço de comunicação nos demais mercados, disponibilização dos dados em inglês e preços em dólar para efetivação de negócios.

Desde janeiro de 2011, o número de compradores internacionais em busca de imóveis no país pelo portal triplicou.

"A maioria deles está investindo, aproveitando o bom momento econômico. Outros são executivos que vêm trabalhar e morar no Brasil e, por último, temos os que compram imóveis aqui como segunda residência", afirma Requarth.

As buscas de estrangeiros no portal são de 61% para venda e 39% para aluguel de imóveis. A maioria deles é de origem americana, alemã e inglesa, com foco em São Paulo, Rio e Florianópolis. Por Flávia Furlan
Fonte:brasileconomico17/02/2012

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