16 fevereiro 2012

Eaton planeja ir além das autopeças

Uma indústria automobilística forte é essencial para o crescimento da empresa, mas nos últimos anos o grande desafio da Eaton no Brasil tem sido diversificar sua atuação para ir além do negócio de componentes automotivos, pelo qual é mais conhecida no país.

Por fatores como a necessidade de robustos investimentos em infraestrutura, a expansão do mercado imobiliário, o potencial de crescimento na demanda por carros e o alto custo da energia - forçando empresas a buscar cada vez mais soluções de gerenciamento energético -, a Eaton tem motivos de sobra para acreditar no crescimento de sua operação brasileira.

Dentro da estratégia, o último grande passo foi a abertura de uma fábrica de componentes elétricos em Jundiaí, no interior de São Paulo, onde instalou linhas de equipamentos - como painéis eletrônicos de média e baixa tensão - para sistemas de distribuição e controle de energia.

"É uma oportunidade enorme para uma empresa como a Eaton porque muitos produtos nossos são usados em infraestrutura", diz o presidente global da empresa, Alexander Cutler, mais conhecido como Sandy Cutler. A meta traçada para a filial brasileira é de praticamente dobrar o faturamento nos próximos anos, saindo de US$ 1 bilhão atualmente para US$ 1,9 bilhão até 2015.

Mas também existem obstáculos a serem superados - entre os principais deles, o aumento de custo decorrente de aumentos salariais superiores à inflação e a taxa de câmbio desfavorável para a indústria nacional. "Vimos uma grande mudança nos últimos cinco anos, quando o Brasil era uma nação muito competitiva para se exportar. Hoje, não é mais barato produzir no Brasil", avalia Cutler, acrescentando que a saída para mitigar esses custos é melhorar a produtividade.

A empresa tem atualmente sete fábricas e 4,7 mil funcionários no país, em negócios que também incluem a fabricação de produtos de aplicação hidráulica - entre motores, bombas, válvulas e mangueiras. Esse itens são destinados à máquinas e equipamentos utilizados por setores em expansão como as indústrias petroleira e de mineração, além do agronegócio.

Em outra frente, está entrando no mercado de equipamentos para aeronaves, no qual já atende a Embraer por meio de operações nos Estados Unidos e na China. Cutler diz que as operações de componentes hidráulicos e elétricos, assim como o segmento aeroespacial, - setores nos quais a companhia avalia ter presença ainda modesta no Brasil - vão avançar mais do que a divisão de autopeças, tida como mais consolidada. "Esses negócios começarão a crescer mais rápido a partir de agora", adianta o executivo americano.
Fonte:valor16/02/2012

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