CRN Brasil abre 2011 de cara nova. Com novas seções, layout com forma mais prática e rápida, mais engajada com a comunidade, com espaço para informações aprofundadas e uma série de Especiais Regionais programados para, ao longo do ano, cobrir o Brasil de Norte a Sul – a série é aberta com o Nordeste, região que está atraindo o interesse do mercado de TI graças a taxas de crescimento superiores ao do resto do País.
Fora de casa, o ano nasce sob o signo da mobilidade. Em 2010, quando as vendas mundiais de computadores cresceram 13,6%, a Apple toma lugar entre as principais fabricantes de PCs do mundo e divide o terceiro lugar no ranking com a Dell, graças ao sucesso do iPad. Mas a empresa precisa enfrentar a turbulência causada pela licença médica de seu fundador e CEO, Steve Jobs, debilitado pelo câncer – menos de uma semana depois do afastamento, as ações da companhia já haviam perdido 6% de seu valor.
Com os tablets começando a roubar espaço de desktops e notebooks, o mercado começa a se mexer. Na CES, a grande vitrine tecnológica mundial organizada em Las Vegas, as atenções ficam divididas entre as tecnologias 4G, os smartphones e os tablets Android (a plataforma do Google já mostra a que veio e encosta no iOS como preferido do desenvolvedor). Entre os fabricantes, Asus, Lenovo, Samsung, Toshiba, todos apresentam suas novidades, não há quem queira ficar de fora desse segmento. Entre os movimentos indicativos do que ele representará dali para a frente, a IBM e a ARM firmam parceria com foco em chips para tablets e Dirk Meyer, presidente da AMD, deixa o cargo depois de ficar patente o fracasso de sua insistência para a companhia esperar antes de investir em microprocessadores para o mercado móvel.
A onda também chega ao Brasil e, em janeiro, Dilma Rousseff começa o périplo pelo Oriente em busca de parcerias tecnológicas, dando início a um movimento que vai culminar, antes do fim do ano, com a desoneração fiscal para a produção de tablets e a promessa de instalação no País de uma fábrica de telas. O Brasil está com a bola cheia. É uma das ilhas mundiais de crescimento econômico em um mundo atolado na recessão. Indicadores positivos pipocam ao longo do mês: a TV por assinatura cresceu 30% em 2010, somando 9,7 milhões de domicílios no ano; a receita da SAP cresce 91% no Brasil, que se torna o terceiro maior mercado para a companhia alemã; a Biostar investe na fabricação de placas-mãe em fábrica brasileira, a Motorola quer produzir aqui seu tablet Xoom (segundo analistas, um dos únicos que pode fazer frente ao iPad).
Apesar de todo o crescimento, porém, o País ainda enfrenta mazelas como a fragilidade de infraestrutura. Um dos reflexos foi o apagão que deixou sem energia e sem internet os quase 7 mil frequentadores da Campus Party, realizado em São Paulo e que destacou algumas das tendências que marcariam o ano: além dos tablets, cuja desoneração é anunciada pelo Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, discussões envolvendo software livre, mídias sociais e busca de projetos inovadores marcam o evento. Como que para comprovar as discussões, na Europa, o Firefox, da Fundação Mozilla, acaba de ultrapassar o Internet Explorer, da Microsoft, no ranking de browsers e, na mesma semana do evento, o Facebook levanta 1,5 bilhão de dólares e atinge avaliação aproximada de 50 bilhões de dólares, com perspectiva de arrecadar mais de 4 bilhões de dólares em investimentos em propaganda ao longo do ano.
Enquanto isso, o LinkedIn anuncia a abertura de seu capital para levantar 175 milhões de dólares. Neste meio tempo, o Gartner divulga que a receita mundial de softwares de redes sociais será superior a 769 milhões de dólares até o fim do ano, 15,7% mais que em 2010.
Outra tendência a reconfigurar o setor de TI é a crescente adoção de cloud ao redor do mundo. Os exemplos de sucesso vão desde os 10 bilhões de downloads registrados pela App Store da Apple (resultado perseguido pelas concorrentes Google, RIM, Palm/HP e Microsoft) até a constatação de que uma em cada 100 empresas do ranking da Fortune já usam a tecnologia de nuvem privada. Até Larry Elison volta atrás em sua ojeriza ao modelo de nuvem e diz que a Oracle passará a ser também uma fornecedora da nuvem também. O modelo de software como serviço (Saas, da sigla em inglês) está a todo vapor e representou 70% da receita de softwares em nuvem em 2010, com o de infraestrutura como serviço (IaaS, também da sigla em inglês) ficando com os 30% restantes. Por Martha Funke,
Fonte:crnweb26/12/2011
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