02 novembro 2011

PepsiCo compra a Mabel por R$ 800 mi

A PepsiCo do Brasil fechou acordo para a compra da fabricante de biscoitos Mabel por um valor entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões, segundo fontes próximas às negociações.

Com o negócio, a multinacional dá mais um passo para se consolidar no mercado local de biscoitos, que em 2010 movimentou R$ 6,6 bilhões, segundo a Nielsen. Além da PepsiCo, estavam na disputa pela empresa familiar a americana Bunge e a mexicana Bimbo.

A Mabel, que tem cinco fábricas (em Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Sergipe e Santa Catarina), pertencia à família do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO). O fundo de private equity do banco Icatu tinha uma participação de 40% na empresa desde 1999.

A companhia, fundada por imigrantes italianos em 1953, já esteve à venda antes, há cerca de dez anos. Na época, o banco Goldman Sachs foi contratado para achar um interessado. A PepsiCo, segundo fontes de mercado, já havia se interessado pela empresa, mas o negócio não foi fechado e os donos da companhia desistiram de vendê-la.

A Mabel, conforme dados da própria empresa, está entre os cinco maiores fabricantes de biscoitos do País, com capacidade para produção de 1,5 milhão pacotes de unidades por dia, que são vendidos em mais de 140 mil pontos de venda em todo o Brasil. Hoje, a Mabel produz mais de 150 itens diferentes entre biscoitos, torradas e salgadinhos.

A diversificação vem para atender à demanda do mercado, já que o segmento de salgadinhos - que movimenta R$ 3 bilhões por ano - cresceu 10,1% no primeiro semestre de 2011, enquanto o de biscoitos teve retração de 1,9% no mesmo período.

Diversificação. Para a PepsiCo, a compra é estratégica para ampliar a distribuição de sua linha de biscoitos em todo o País, já que a Mabel tem fábricas localizadas em cinco Estados. A aquisição é mais um passo na estratégia da PepsiCo para diversificar seu portfólio e depender menos da linha de refrigerantes.

Em 2007, a empresa havia comprado a paulista Lucky, que fabrica o salgadinho Torcida. Em comum, Lucky e Mabel têm a prática de preços competitivos, que atrai o consumidor da classe C.

A subsidiária brasileira da PepsiCo tem sido pressionada pela matriz, em Purchase, nos Estados Unidos, depois que episódios recentes atingiram a imagem da companhia (a contaminação do achocolatado Toddynho e a falta de produtos durante a promoção 'Pepsi em Dobro').

Por isso, a filial vem concretizando negócios que a matriz havia determinado que fossem fechados há mais de três anos. Um deles foi a venda da linha de pescados Coqueiro, fechada somente no mês passado com a Camil, por valor não revelado.

Empresas. Em Aparecida de Goiânia, onde fica a sede da Mabel, o dia foi movimentado ontem. Sandro Mabel passou o dia na fábrica, mas não atendeu o celular. Procurada pela reportagem, a PepsiCo limitou-se a dizer que está sempre 'buscando oportunidades no mercado' e não comentou o assunto. Por Patrícia Cançado, Llílian Cunha, Fernando Scheller
Fonte:OEstadodeSP02/11/2011

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