25 novembro 2011

Os acenos de Eike para o setor de TI

Conhecido pelos investimentos nos setores de óleo e gás, energia e logística, o empresário Eike Batista vem, há três anos, fazendo acenos para um setor diferente de seu foco tradicional: o de tecnologia da informação (TI).

O volume de recursos aplicado pelo empresário na área é ínfimo se comparado aos segmentos mais tradicionais do grupo EBX. Mas as apostas em TI têm se tornado recorrentes. Desde 2008, o empresário - um fã declarado da Apple e de seu fundador, Steve Jobs, morto em 5 de outubro -, esteve envolvido em cinco episódios relacionados à tecnologia.

Os movimentos concretos incluem a compra de 14,5% das ações da holding Ideiasnet e a associação com a canadense Mitel para atuar no segmento de telefonia IP no Brasil. Outras ações não foram efetivadas. No Twitter, o próprio Eike anunciou a criação de uma nova empresa no setor - a ITX, que não saiu do papel até agora. O empresário também já declarou seu interesse em uma associação com a taiwanesa Foxconn para produzir telas de LCD no Brasil.

A iniciativa mais recente é uma parceria com a IBM. Anunciado de forma vaga na quarta-feira, o acordo prevê que as empresas tenham uma relação cliente-fornecedor, com a possibilidade desenvolver tecnologias em conjunto no futuro. A SIX Soluções Inteligentes, companhia criada pelo grupo EBX há cerca de um mês para atuar na área de automação industrial, também poderá vender produtos da IBM.

Entre outros pontos, ainda não está definido se a iniciativa envolverá alguma sociedade formal entre as empresas, segundo Ricardo Pelegrini, presidente da IBM no Brasil. O executivo, que participou de evento com jornalistas ontem em São Paulo, afirmou que os planos de expansão do grupo EBX em diversas áreas foram os impulsionadores do acordo. "Eles têm investido na criação de empresas para dar suporte aos negócios do grupo. E qual empresa cresce sem TI?", disse.

A fabricação de telas com tecnologia LCD continua no horizonte de Eike. O empresário reuniu-se recentemente com a presidente Dilma Rousseff para discutir uma possível participação na fábrica que a Foxconn pretende instalar no país. No ano passado, Eike chegou a anunciar tratativas para instalar no Porto do Açu, no Rio, uma fábrica de produtos da Apple, da qual a Foxconn é uma grande parceira de produção terceirizada. A unidade acabou indo para a cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo. Apesar do flerte com a tecnologia, o setor ainda não se tornou um dos famosos "X" que caracterizam as empresas do grupo do bilionário. Por Gustavo Brigatto
Fonte:Valoreconômico25/11/2011

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