21 novembro 2011

Maior rede do Centro-Oeste entra em São Paulo em 2012

A Lojas Avenida, maior rede de vestuário da região Centro-Oeste, quer abrir a sua primeira unidade na cidade de São Paulo no próximo ano e,dessa forma, entrar no mercado ocupado por Renner, Riachuelo, C&A e Marisa. Dois contratos de aluguel de lojas em shopping centers estão em análise pelo comando para a abertura de dois pontos na cidade.

"Acredito que pelo menos uma loja será aberta em 2012. Hoje, temos duas propostas interessantes na mesa. Não vai dar para escapar disso, nós vamos abrir [pontos] aos poucos, no interior e na capital", disse Rodrigo Caseli, presidente da companhia e filho do fundador, Ailton Caseli.

Com sede em Cuiabá (MT), a varejista já opera com um ponto de venda em shopping em Barretos (SP) há três meses, num projeto que serviu como espécie de teste da rede no Estado. Quanto às informações que circulam no setor de que uma das unidades a serem abertas seria uma loja de rua, Caseli nega essa possibilidade.

"Há ótimas opções em shoppings bem localizados que atendem a nossa clientela". Com previsão de chegar a 81 lojas em onze Estados até dezembro (eram 69 pontos em janeiro), a rede vende camisetas por menos de R$ 20 e edredon de casal por R$ 39,90, com público alvo nas classes C e D. Deve fechar neste ano com receita de R$ 300 milhões e crescimento médio de 26% nos últimos dez anos. A Marisa, com foco maior também nas classes C e D, vendeu R$ 1,3 bilhão até setembro.

Há cerca de seis meses, a Avenida abriu seu escritório de compras no bairro do Morumbi, na zona sul da cidade de São Paulo, e reforçou a linha de frente da rede. Luiz Francisco Saragiotto e Sergio Barreto, ambos ex-C&A, foram contratados neste ano. Também terminou o processo de reestruturação do sistema de logística, com o fechamento de cinco centros de distribuição e a abertura há quatro meses de um em Campo Grande (MS), o único da varejista.

Na cidade de São Paulo, para se descolar das concorrentes, a Avenida decidiu focar em um nicho de mercado menos explorado pelas outras cadeias. Vai ampliar a exposição de sua linha de cama, mesa e banho nas novas lojas.

O grupo quer "fugir" da disputa pelo público jovem e do "mundo fashion" - a moda para o consumidor jovem já é amplamente explorado pelas grandes cadeias. No ramo de produtos têxteis para casa, uma das líderes de mercado é a Pernambucanas.

Paralelamente à iniciativa de entrar na capital paulista, Caseli tomou outra decisão: postergou o plano de entrada de um fundo de investimento na rede, com objetivo de dar fôlego maior ao crescimento orgânico e às aquisições. A empresa concluiu que esse passo poderia ser tomado cedo demais. "Precisamos crescer mais antes disso. Fizemos muitas mudanças na empresa que vão dar resultados e queremos colher os resultados antes de buscar um sócio. Então seremos maiores e negociaremos algo em outro patamar", diz Caseli.

O plano, no entanto, não foi engavetado. A ideia de se associar a um fundo continua de pé, e deve acontecer "mais para frente", diz Caseli, antes da abertura de capital, prevista para o ano de 2015, como a companhia já comentou no passado. "A entrada do fundo vai dar para nós uma musculatura maior para um IPO" (sigla em inglês para oferta inicial de ações). Por Adriana Mattos
Fonte:Valor21/11/2011

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