O governo montou um pacote de investimentos para colocar na rua em 2012, dentro de sua estratégia para alcançar uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5%, apesar da crise internacional.
Novas concessões de rodovias, os leilões dos aeroportos, investimentos da Petrobrás, a segunda etapa do programa Minha Casa Minha Vida e o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) fazem parte do cardápio.
Enquanto em 2011 o crescimento econômico foi puxado pelo consumo, no próximo ano o motor deverá ser o investimento. Esse é o plano de voo que está sobre a mesa da presidente Dilma Rousseff.
A ordem é que o governo dê um sinal positivo ao setor privado. Assustadas com a crise econômica e com o baixo nível de atividade no País neste fim de ano, as empresas estão suspendendo e adiando planos de expansão.
Assim, estão no forno mais duas medidas de desoneração tributária. Uma vai cortar tributos de investimentos em equipamentos de infraestrutura de telecomunicações, como a instalação de cabos e fibras ópticas.
A estimativa divulgada pelo Ministério das Comunicações é que a desoneração prevista aumentará os investimentos em R$ 20 bilhões no período que começa no ano que vem e vai até 2016. Nesse período, o governo abrirá mão de arrecadar R$ 4 bilhões.
O outro corte tributário em preparação beneficiará a cadeia do etanol. Nesse caso, a medida tem também um impacto sobre as perspectivas de inflação, uma vez que o álcool foi um dos vilões dos preços este ano .
Concessões. O governo aposta suas fichas também nas novas concessões que deverão ocorrer no ano que vem. A expectativa é que os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, sejam leiloados no primeiro trimestre do ano que vem - embora a data oficial ainda esteja mantida em 22 de dezembro próximo. Nesse caso, os investimentos deverão começar no segundo semestre do ano.
O mesmo é esperado em relação às novas rodovias que deverão ser concedidas à iniciativa privada no início de 2012. São elas: o trecho da BR 101 no Espírito Santo e os trechos mineiros das BRs 116 e 040.
Juntas, elas exigirão investimentos de R$ 8,06 bilhões. Também nesse caso, as empresas vencedoras da licitação começarão a executar melhorias na segunda metade do ano que vem.
Investimentos. A Petrobrás, com seu plano de investimentos de R$ 365 bilhões entre 2011 e 2015, também dará uma contribuição para manter a economia girando.
É esperado, além disso, que a segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida deslanche em 2012. A avaliação no governo é que a execução foi baixa este ano porque o programa passou por ajustes nos projetos.
É com a ajuda dos investimentos privados que o governo espera alcançar a taxa de crescimento de 5% em 2012.
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, tem afirmado que as medidas já adotadas pelo governo, como o reajuste do salário mínimo, a elevação dos limites do Supersimples e os efeitos defasados dos cortes na taxa de juros promovidos pelo Banco Central já garantem uma taxa de pelo menos 4% de expansão no ano que vem.
Inflação. A manutenção dos investimentos é necessária para expandir a capacidade produtiva do País e assim manter a inflação sob controle.
O governo da presidente Dilma espera uma taxa abaixo de 5% no ano que vem. Isso porque a tendência é que os preços das commodities não tenham no próximo ano a mesma alta de2011, uma vez que a economia internacional está em retração e, portanto, a demanda tende a cair.
Além disso, os preços administrados, como tarifas de ônibus e energia elétrica, terão reajustes menores. Da mesma forma, o etanol não deverá exercer a mesma pressão altista de preços que a ocorrida este ano. Por Lu Aiko Otta
Fonte:estadao26/11/2011
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