22 novembro 2011

Analistas preveem expansão menor para a indústria no Brasil

Segundo pesquisa do BC, produção do setor crescerá 1,37% este ano

À medida que os indicadores de produção vão desacelerando, estão derretendo as previsões para a atividade industrial brasileira em 2011. Segundo a pesquisa semanal Focus que o Banco Central (BC) faz com instituições financeiras, a projeção de crescimento para a atividade na fábricas caiu de 1,55% para 1,37%. Há um mês, apostava-se em alta de 2%.

Entre os outros quesitos pesquisados pelo BC, destaque para a projeção de inflação em 2012, medida pelo IPCA, que caiu pela quinta semana, de 5,56% para 5,55%. Para 2011, o prognóstico permaneceu em 6,48%, no limite máximo de 6,5% da meta de 2011. A previsão para a inflação em 12 meses ficou estável, em 5,62%.

Quanto à atividade econômica, a reclamação geral do setor produtivo é de desindustrialização, porque os importados ocuparam uma grande parte do mercado brasileiro especialmente este ano. E a avaliação é que a turbulência internacional começa a fazer efeito. E as previsões para a produção industrial no ano que vem estão piores também, ainda que num patamar mais alto: caíram de 3,86% para 3,74% para 2012.

Foram mantidas as perspectivas dos analistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) como um todo, para este ano, em 3,16%, e 2012, em 3,5%.

Dívida pública recuou 0,12% em outubro

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que a previsão para o PIB de 2011 pode ser revisada para baixo - a atual projeção está em 3,8%. Pesam numa possível revisão a desaceleração da economia mundial por causa da crise nas economias centrais e a revisão feita pelo IBGE no PIB de 2009 e que provocará revisões também nos números de 2010 e 2011.

Para 2012, Barbosa prevê PIB de, no mínimo, 4%.

A previsão para a taxa básica de juros também ficou estável, em 11% ao ano em dezembro de 2011 - ou seja, nova redução de 0,5 ponto percentual na próxima semana, último encontro do Comitê de Política Monetária - e 10% ao ano no fim de 2012.

Já a dívida pública federal recuou levemente em outubro (0,12% ou R$2 bilhões) e fechou o mês em R$1,806 trilhão. Embora o Tesouro Nacional tenha feito um resgate líquido de títulos no valor de R$11,82 bilhões no período, seu efeito foi parcialmente neutralizado pelos juros que corrigem o estoque e que somaram R$9,65 bilhões. No acumulado do ano, a dívida apresenta crescimento de 6,64%. Os juros aumentaram o estoque em R$170,13 bilhões, mas o Tesouro fez resgates líquidos de R$57,61 bilhões que compensaram.

O custo médio da dívida acumulado em 12 meses fechados em outubro caiu de 12,79% para 12,66% ao ano. Esse comportamento - a primeira queda em 2011 - foi resultado principalmente do recuo da inflação em relação ao ano passado. O IPCA, por exemplo, passou de 0,75% em outubro de 2010 para 0,43% no mesmo mês deste ano. Por Gabriela Valente
Fonte:OGlobo 22/11/2011

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