24 outubro 2011

Setor de caminhão atrai novas fábricas

Não é só o segmento de automóveis e comerciais leves que assiste a uma nova onda de investimentos no Brasil. O setor de caminhões, que este ano terá vendas recordes de cerca de 170 mil unidades, também repete o boom de novos projetos observado nos anos 90.

Só no fim de semana, duas das grandes fabricantes instaladas no País, a MAN/Volkswagen e a Ford anunciaram investimentos de R$ 1,5 bilhão em ampliação de capacidade e novos produtos nos próximos cinco anos. Quatro novas fabricantes - três chinesas e uma americana - vão confirmar a construção de fábricas nesta semana, durante o Salão Internacional do Transporte (Fenatran), que abre as portas hoje, no Anhembi, em São Paulo.

Além de ampliar a capacidade produtiva da fábrica de Resende (RJ) das atuais 82 mil para 100 mil unidades até 2014, o presidente da MAN, Roberto Cortes, vislumbra a necessidade de uma nova fábrica caso o mercado interno continue crescendo.
'Vamos negociar a nova unidade com o governo do Rio e com outros Estados', afirma Cortes. 'Se essa for a opção, nosso plano de investimento será bem superior ao US$ 1 bilhão.'

O novo aporte será aplicado na produção de veículos extra pesados da marca MAN e na ampliação da linha Volkswagen. 'Vamos entrar num segmento em que ainda não atuamos', informa Cortes, sem dar detalhes. O grupo não tem veículos pequenos, como as vans disponíveis nos concorrentes da marca.

A Ford separou R$ 455 milhões do programa total de R$ 4,5 bilhões que aplicará no País até 2015 apenas para a unidade de caminhões em São Bernardo Campo (SP), que já havia recebido aportes de mais de R$ 600 milhões. A empresa também vai produzir um veículo hoje não disponível em sua gama, um extra pesado com capacidade de transportar até 57 toneladas de carga.

Segundo Marcos de Oliveira, presidente da Ford Mercosul, o Brasil será o primeiro País a produzir um caminhão desse porte para a marca. O veículo está sendo desenvolvido por engenheiros do Brasil, Europa e Estados Unidos. 'Vai ser um caminhão global e futuramente poderá ser produzido em outros países.'

Com produção prevista de 220 mil caminhões este ano, incluindo versões destinadas à exportação, o Brasil está entre os cinco maiores fabricantes mundiais e tem atraído novas empresas, principalmente asiáticas, fenômeno que ocorre também com os carros de passeio.

Até 2015, quando projeta-se um mercado interno de 4 milhões a 5 milhões de carros e comercias leves, o País receberá mais cinco fabricantes de automóveis (Hyundai, Chery, JAC, Lifan/Effa e Suzuki). Três grupos que já atuam localmente estão construindo novas filiais (Fiat, Nissan e Toyota).

No segmento de pesados, a projeção também é animadora diante de um cenário mundial de incertezas na Europa e EUA. 'De 2010 a 2020 o mercado brasileiro de caminhões vai dobrar de tamanho', prevê Bernardo Fedalto, gerente da Volvo.

O País já abriga oito fábricas e receberá mais uma da Mercedes-Benz no início de 2012 e outras quatro de grupos que vão estrear no mercado brasileiro: as chinesas Foton Aumark, Schacman e Sinotruk e a norte-americana Paccar (leia ao lado).
A General Motors, que fechou sua fábrica de caminhões há dez anos, quer retomar a atividade. Por CLEIDE SILVA
Fonte:OestadodeSP24/10/2011

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