A explosão de negócios junto ao setor de pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil fez com que a fabricante de sistemas de gestão alemã SAP traçasse a meta de triplicar sua receita com softwares até 2014.
Terceiro mercado mais rentável da companhia, atrás apenas da Alemanha e dos EUA, o setor brasileiro de pequenos negócios representa hoje mais de dois terços de um total de 3.850 clientes no mundo.
As vendas de software para o segmento cresceram 33% no segundo trimestre de 2011 em relação ao mesmo período em 2010. Para alcançar o volume planejado, a empresa vai aumentar a capilaridade de seus canais de vendas em locais ainda pouco explorados pela companhia, como as Regiões Centro-Oeste e Nordeste. "Nossa estratégia é aumentar a participação nesses lugares, que vêm apresentando alta demanda por tecnologia nos setores de agronegócio e óleo e gás, por exemplo", conta Luís César Verdi, presidente da SAP Brasil.
Para se aproximar ainda mais das PMEs, a SAP vai investir em soluções baseadas em computação em nuvem (cloud computing, na terminologia em inglês), recurso que vem amplamente sendo difundido entre as empresas de potencial de investimento reduzido como a ferramenta que vai aproximar a tecnologia da informação (TI) de pequenas companhias, por reduzir de maneira expressiva o custo de adoção de sistemas de gerenciamento - campo onde atua a SAP. "Computação em nuvem e soluções de mobilidade vêm sendo adotadas pela maioria das pequenas e médias empresas. Tanto que o número de vendas destes produtos no Brasil nas empresas com esse perfil já superou as vendas nas grandes contas", conta Verdi.
O executivo explica que, diferentemente da maioria das empresas de tecnologia, que passaram a apostar em mercados emergentes e pequenos e médios negócios como estratégia de recuperação da crise que atingiu a economia em 2009, a SAP vem registrando crescimento neste setor trimestre a trimestre por conta da grande quantidade de negócios em potencial com as PMEs. "As grandes contas continuam sendo importantes para nós. Contudo, embora a receita ainda seja menor entre as PMEs, o volume de negócios com elas é gigantesco dada a pulverização de empresas com esse perfil que estão crescendo no País", diz ele.
Rival da brasileira Totvs e da americana Oracle, a SAP tem planos de investir em sua atuação junto ao setor financeiro, que é o que mais investe em tecnologia da informação no mundo e um segmento onde a empresa possui pouco mais de 57% na participação. "Para ganhar terreno em TI para finanças adotamos a estratégia de aquisições de empresas que estão mais sólidas nesta área especificamente. Recentemente adquirimos a Sybase, que já vinha exercendo um papel de destaque no segmento bancário", diz Verdi.
Trimestre
A SAP encerrou o terceiro trimestre com um lucro líquido de 1,25 bilhão de euros (US$ 1,73 bilhão), registrando crescimento de 150% na comparação com o desempenho registrado um ano antes, quando o ganho foi de 501 milhões de euros. O lucro por ação foi de 1,05 euros. No acumulado do ano, o lucro líquido atingiu 2,24 bilhões de euros (US$ 3,1 bilhões), um salto de 63% em relação ao ano anterior, quando a companhia reportou um ganho de 1,38 bilhão de euros.
Em comunicado, a companhia atribuiu parte do resultado à revisão da provisão para a disputa judicial travada com a Oracle, que a acusou de pirataria de software e violação de direitos autorais. Após a decisão inicial da corte dos Estados Unidos, que condenava a SAP a pagar uma multa de US$ 1,3 bilhão à Oracle, o valor desta foi reduzida a US$ 272 milhões, com a opção da realização de um novo julgamento caso a Oracle rejeite o novo valor estipulado. Pelo sétimo trimestre consecutivo, as receitas de software e de serviços e software registraram crescimento. O faturamento de serviços e software, por sua vez, alcançou 2,6 bilhões de euros (US$ 3,6 bilhões), elevação de 16%.
Hewlett-Packward
A Hewlett-Packward (HP), uma das grandes parceiras de hardware da SAP, anunciou a conclusão da avaliação das alternativas estratégicas para o seu Grupo de Sistemas Pessoais (PSG, na sigla em inglês), e decidiu que a divisão da empresa de computadores pessoais continuará fazendo parte do conglomerado. A HP avaliou o impacto estratégico, financeiro e operacional da separação da área do PSG. "Após concluir nossa análise, ficou evidente que manter a área dentro da HP é o melhor para os clientes e sócios, bem como para os funcionários", declarou Meg Whitman, presidente global da companhia.
A análise estratégica contou com especialistas de diferentes divisões e funções. A avaliação baseada revelou a profundidade da integração ocorrida em operações-chave como cadeia de suprimentos, TI e aquisições. Também foram verificadas as importantes contribuições da área de PSG para o portfólio de soluções da HP e o valor da marca de maneira geral.
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Fonte:dci31/10/2011
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