06 outubro 2011

No pior cenário, Brasil perderia 1,5% do PIB, diz FMI

No pior entre os dois possíveis cenários de crise previstos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) o Brasil sofreria redução de 1,5 ponto porcentual no Produto Interno Bruto (PIB), causada pela desalavancagem dos bancos internacionais e uma consequente redução no crédito.

Diante dos crescentes riscos apresentados à economia latino americana pela crise, o FMI recomendou que os países da região relaxem a política monetária enquanto aprofundam ou iniciam um aperto fiscal. Citado como exemplo em relatório divulgado ontem pelo fundo, o Brasil age corretamente. "A decisão de aumentar o superávit primário em 0,25% do Produto Interno Bruto é um passo na direção correta, mas uma ação fiscal maior pode ser necessária para fortalecer o mix da política fiscal e monetária".

Em relatório sobre a América Latina e Caribe, o fundo defende que a redução do déficit dos países da região daria credibilidade à redução dos juros enquanto reconstrói reservas que podem ser usadas caso o cenário se agrave ainda mais.

Para realizar essa meta, o FMI recomenda que sejam evitados gastos desnecessários com infraestrutura ou pressões para aumentar a despesa corrente, como o aumento de salários. Dessa vez, o Brasil, cuja nova regra do salário mínimo aumentará os gastos com salário do setor público e com pensões em 0,5% do PIB, surge como exemplo a não ser seguido.

A crise também levou o fundo a reduzir 0,1 ponto percentual do que havia previsto em julho para o crescimento da região nos próximos dois anos. Haverá uma "piora modesta" das condições nos países que mais crescem na América Latina em 2011 e 2012, nesse caso, a política monetária deve ser a primeira estratégia de defesa. O fundo, no entanto, só recomenda essa "defesa" em países onde "as expectativas inflacionárias estão ancoradas e as instituições monetárias possuem credibilidade".

De acordo com o fundo, a região deve expandir 4,5% em 2011 e 4% em 2012. Ainda que a desaceleração nas economias desenvolvidas projete um efeito moderado na maioria dos países, o FMI vê grandes riscos se aproximando. O medo vindo da crise internacional já afeta os mercados financeiros e as moedas locais. Além disso, uma desaceleração mais acentuada na Ásia pode atingir os preços das commodities, impactando fortemente esses países, analisa o relatório. Por Carolina Oms
Fonte:Valoreconômico06/10/2011

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