31 outubro 2011

Gávea vende fatia de US$ 428 milhões na Arcos Dorados

A Arcos Dorados, operadora de lanchonetes da rede McDonald’s na América Latina e no Caribe, concluiu semana passada uma oferta secundária de ações. Seis meses após a estreia dos papéis na Bolsa de Nova York, alguns fundos que ainda se mantinham como acionistas da empresa zeraram suas participações.

O maior vendedor foi o brasileiro Gávea que se desfez, segundo informações do prospecto, 19,450 milhões de ações classe A da Arcos Dorados — esses papéis dão direito a um voto, enquanto as Classe B conferem cinco votos. Na oferta, os papéis foram vendidos a US$ 22,00. A oferta movimentou, no total, cerca de US$ 980 milhões, sendo que apenas o Gávea ficou com cerca de US$ 428 milhões.

Os outros vendedores foram Capital Equity International Private Equity Fund, que embolsou US$ 280 milhões; e o canadense DLJ South American Partners .

Na oferta inicial, uma das poucas de grande sucesso neste ano, as ações foram vendidas a US$ 17,00 — a valorização acumulada em seis meses foi de 29,5%.

Também na semana passada, a Arcos Dorados divulgou seus resultados no terceiro trimestre. O analista Robert Ford, do Bank of America Merrill Lynch, após os dois eventos, informou que a recomendação para os papéis da empresa é de compra.

Entretanto, o banco rebaixou sua expectativa de lucro por ação para este ano, de US$ 0,64 para US$ 0,58 e, para 2012, de US$ 0,99 para US$ 0,93. A redução reflete questões cambiais e a expectativa da desaceleração no consumo no Brasil. O preço-alvo calculado pelo banco caiu de US$ 32,00 para US$ 30,00.

As projeções do Bank of America Merrill Lynch para a empresa estão em linha com o guidance divulgado dias antes do balanço. O banco espera crescimento entre 21% e 23% para receita, entre 14% e 16% para Ebitda; e de 16 % e 18% no lucro liquido.

As vendas mesmas lojas da Arcos Dorados cresceram 15,7% no trimestre passado, em relação a igual intervalo do ano anterior. Segundo a analista Juliana Rozenbaum, do Itaú BBA, o desempenho veio em linha com o projetado pelo banco brasileiro. Ela desca que a performance superou o crescimento de 12,5% no primeiro trimestre e de 14,8% no segundo trimestre.

O Itaú tem recomendação “outperform” (acima da média do mercado) para os papéis da Arcos Dorados. A analista também destacou as perdas não recorrentes em função do câmbio, mas observou que o desempenho operacional da companhia permanece sólido e as vendas mesmas lojas continuam surpreendendo positivamente. O banco também reduziu suas projeções e preço-alvo para os papéis, de US$ 32,3 para US$ 31,8, para ajustá-los ao novo guidance divulgado pela companhia

A Arcos Dorados surgiu em agosto de 2007. Naquele momento, a holding foi formada por um grupo de investidores, liderados pelo argentino Woods Staton, e que já tinha também entre os principais sócios a Gávea Investimentos, comprou 1.600 restaurantes latino-americanos da rede McDonald’s. Staton controla a holding por meio da Los Laureles, que concentra 100% das ações classe B da Arcos Dorados. Por Ana Paula Ragazzi
Fonte:Valor31/10/2011

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