20 setembro 2011

Qualicorp quer conquistar mais um player: os hospitais

Depois da abertura de capital, a troca de informações entre hospitais e operadoras passou a ser outra área de atuação da empresa

Corretora? Operadora? Quando a Qualicorp avisou ao mercado oficialmente sobre a abertura de capital, foi a vez de responder a essas perguntas aos bancos de investimento, durante o road show, famosa apresentação da história e o projeto da empresa no momento da oferta pública de ações da companhia na bolsa. Mas como explicar ao investidor estrangeiro uma empresa caracterizada por administração de benefícios que não possui risco – pois é repassado para a operadora -, consultoria, prestação de serviços a autogestões e que tem no coletivo por adesão o maior negócio da empresa, do ponto de vista do faturamento?

São poucas empresas brasileiras de saúde com o capital negociado em bolsa, mas com negócios bem definidos: operadoras e laboratórios, o que não permite comparação de formato. “Foi difícil explicar no IPO porque não é um modelo que existe no mundo, boa parte do road show foi para entender o negócio”, conta o superintendente de Relações com Investidores da companhia, Elton Carlucci.

O core da companhia é saúde, desde o trabalho como administrador de benefícios com uma carteira de 1,234 milhão de beneficiários até o segmento corporativo 2,142 milhões de usuários em clientes como Cargill e Volksvagem. Dentro desta última empresa, por exemplo, o trabalho da Qualicorp é junto a autogestão do grupo Volks, com a terceirização de backoffice, a empresa faz do processamento de contas do hospital a atendimento ao cliente, ou seja, toda a terceirização da administração do produto. “A Volks só paga a conta para o hospital”, explica Carlucci.

A expertise adquirida em um negócio que permeia, praticamente, a cadeia do setor de saúde levou a Qualicorp atuar em mais um negócio: a troca de informações entre hospitais e operadoras.

Para isso, a empresa adquiriu no início do ano a Medlink, empresa de conectividade e softwares em saúde, que faz a troca de informações inclusive entre os planos de saúde e o órgão regulador. “Nós entendemos que é estratégico e é a possibilidade de ter os hospitais, ou seja, mais um pedaço da cadeia”, conta Carlucci.

E foi pensando em financiar projetos nessa área, além de continuar crescendo nas áreas em que já atua, que a Qualicorp optou pelo IPO. “Estamos olhando com carinho, podemos utilizar nossa plataforma de TI, que transaciona informação médica com acesso a dados sobre patologia, pois o sinistro é administrado em conjunto com a operador. Enxergamos isso como oportunidade para novos clientes, inclusive hospitais”, diz, sem revelar o objetivo dos futuros projetos.

Resultados
Após o IPO, a estrutura acionária da empresa ficou dividida em 28% na mão do fundador, José Seripieri Filho, e 32% no mercado e o restante com o fundo da Carlyle. A empresa já se preparava para esse próximo passo, tinha recebido pela segunda vez capital de um fundo de investimentos e tinha o processo de governança corporativa desenvolvido.
“A gente acredita muito que ir para o mercado de capitais ajuda a consolidar o modelo. Quando você olha para bancos ou outras indústrias, os maiores players são de capital aberto”, opina Carlucci.

Os resultados do primeiro trimestre mostram que a empresa registrou prejuízo de R$48,9 milhões; no ano passado, no mesmo período o prejuízo foi de R$ 5,7 milhões. De acordo com a empresa, o resultado negativo é consequência de ágio e amortizações e juros da dívida e R$400 milhões. Excluindo as amortizações, a Qualicorp teria lucro de R$ 54 milhões.

No mesmo período do ano passado, o prejuízo havia sido de R$ 5,7 milhões. “Esse resultado negativo é decorrente de ágio de amortizações e juros da dívida de R$ 400 milhões”, explicou Heráclito Gomes, presidente da empresa. Excluídas as amortizações, a companhia teria um lucro caixa de R$ 54 milhões, no segundo trimestre.

No entanto, a corretora apresentou uma receita líquida de R$ 160 milhões, o que representa um avanço de 44% quando comparado ao segundo trimestre do ano passado. Esse desempenho foi motivado pela expansão de 18,5% na carteira de clientes que atingiu 3,4 milhões no fim de junho.
No final de julho deste ano, a empresa adquiriu a Prax, corretora especializada em distribuição de seguros massificados pelos canais de varejo. Com isso, a Qualicorp tem como potencializar seu negócio de venda de seguros para outros públicos. Atualmente, a empresa já tem operações com seguros de vida, automóvel e planos de odontologia, mas reforça sua essência em saúde. “Começou com saúde, tem o DNA na saúde e é o que sabemos e queremos fazer”, finaliza
Fonte:saudeweb20/09/2011

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