19 setembro 2011

Advent International vai investir US$1,5 bilhão em projetos no Brasil

Pesquisa da auditoria mostra que pequenas e médias empresas brasileiras estão mais eficientes, rentáveis e inovadoras.

A amostra considerou 250 companhias com receita líquida entre R$ 1 milhão e R$ 250 milhões, que, juntas, somam R$ 12,26 bilhões em faturamento em 2010. O crescimento médio anual delas foi de 36%, bem superior aos 20,5% das instituições abertas. - são paulo

O fundo global de private equity Advent International vai investir US$ 1,5 bilhão em projetos no Brasil nos próximos anos. A afirmação foi feita ao DCI pelo diretor do fundo de investimentos no Brasil, Mário Malta, após evento promovido pela empresa de auditoria Deloitte Touche Tohmatsu, realizado na última sexta-feira em São Paulo.

"Estamos prospectando diferentes propostas. Uma parte virá do fundo para América Latina e outra do fundo global", afirmou Mário Malta.

Ele explicou que o fundo global de US$ 26 bilhões possui 80% dos investimentos na Europa e nos Estados Unidos, e que dos US$ 5 bilhões do fundo para América Latina, US$ 3,5 bilhões já estão investidos. Para diversificar a rentabilidade do caixa, US$ 3 bilhões podem ser destinados à região nos próximos anos, sendo seguramente mais de 50% para projetos no Brasil.

Aos empresários presentes no evento, Malta disse que as pequenas e médias precisam estar preparadas para receber os aportes, o que exige uma série de procedimentos. "O aporte mínimo é de US$ 50 milhões, o que exige que os interessados estejam devidamente formalizados antes de os advogados olharem os passivos e os auditores conferirem as demonstrações financeiras", aconselhou o diretor. "Hoje se ganha com crescimento; 98% do retorno vêm do crescimento", afirma.

Segundo Malta, o fundo está prospectando propostas nas áreas de saúde, serviços, educação, tecnologia, mídia e telecom entre empresas com faturamento anual próximo ou logo acima da faixa de R$ 200 milhões.

De acordo com pesquisa desenvolvida pela Deloitte, para a revista Exame e divulgada na última sexta-feira, 10 empresas das 250 pesquisadas na amostra manifestaram o desejo de atrair fundos de private equity para seus negócios. A pesquisa também revelou que as pequenas e médias empresas brasileiras estão cada vez mais rentáveis e em busca de práticas de governança corporativa que atraiam novos investidores. "Recebemos as demonstrações financeiras e os questionários de 301 empresas que atenderam a todos os critérios e partir daí, realizamos a seleção das 250 companhias mais rentáveis", explicou a sócia-líder de Estratégia, Marca e Marketing da Deloitte, Heloísa Montes.

Na visão de Heloísa, chamou a atenção o fato de uma parte significativa das pequenas e médias empresas da amostra adotarem instrumentos de governança corporativa, passo importante para atrair capital através da Bolsa de Valores ou de fundos de investimentos de private equity.

De acordo com os dados obtidos pela auditoria, 69% das 250 empresas possuem diretoria executiva; 40% adotam conselho administrativo ou fiscal; 36% se utilizam de comitês de gestão; 35% empregam códigos de ética e de conduta; 31% estabelecem regimentos internos e 25% das companhias publicam suas informações contábeis, sem obrigatoriedade por força de lei ou autorregulamentação de mercado.

Na pesquisa, 5%, ou seja, 12 das 250 consultadas, manifestaram o desejo de abrir capital na Bolsa de Valores nos próximos 3 a 5 anos.

Entre os motivos apontados para listar ações na Bolsa de Valores, 72% disseram que é uma captação de recursos com menor custo; 52% vêem melhoria na governança corporativa; 45% vêem melhora da imagem da empresa no mercado; 42% observam a possibilidade de alavancar financiamento com custos mais baixos e 35% vislumbrar a possibilidade de vender parte da empresa e ainda manter o controle.

Entre os cases apresentados no evento, o presidente da Anhanguera Educacional, Antonio Carbonari Netto, contou a transformação da companhia numa sociedade anônima e a parceria com o Pátria Investimentos. "Rompi com paradigmas na educação e inovamos em remuneração variável para diretores e professores. Não há curso com margem de menos de 50%", diz Netto.

Escolhida como a pequena empresa mais rentável do ano, a Ekotex Química, com sede em Pomerode (SC) diz que o segredo é inovar. "Desenvolvemos insumos para a indústria têxtil com maior rentabilidade e dessa forma conquistamos as grandes empresas", contou o proprietário Marcos Frederico.

De acordo com o levantamento da Deloitte, a Ekotex Química saltou de um faturamento anual de R$ 404 mil em 2008 para R$ 5,03 milhões em 2010.

Outro case de sucesso é da Carbo Gás, de Pernambuco. A produtora de gás carbônico registrou crescimento médio anual de 34,4% nos últimos três anos, e viu a receita líquida saltar de R$ 137,56 milhões em 2008 para R$ 248,23 milhões em 2010.

"Investimos em certificações internacionais da Pepsi e da Coca-Cola para atender as exigências da indústria de bebidas", contou Fernando Mota.
Fonte:dci19/09/2011

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