Vira-e-mexe, surgem rumores de que a Colombo pode ser comprada – e isso mostra que interessados e motivos não faltam
Não é a primeira vez que a Lojas Colombo é alvo de especulações de que está à venda. A coluna Radar da edição desta semana de Veja afirmou que a varejista gaúcha contratou o Bradesco para buscar um comprador.
Mais uma vez, a rede negou que esteja à venda, e declarou que a relação com o Bradesco tem a ver com a sociedade que ambas as companhias possuem na financeira Crediare.
A rede não é apontada pelos especialistas como a eterna noiva do setor varejista de graça. A Colombo possui atrativos que podem interessar, e muito, os concorrentes.
Veja, a seguir, cinco motivos que explicam por que a rede é com grande frequência alvo de especulações:
Faturamento bilionário
Pouco se sabe sobre o quanto a Lojas Colombo lucra com seus negócios, pois a rede, por não ter capital aberto, não precisa publicar seus números. Mas o faturamento de mais de 1 bilhão de reais e os mais de 340 pontos de vendas espalhados por cinco estados brasileiros despertam a atenção dos concorrentes.
Se bem administrada, a receita bilionária que a varejista possui pode gerar bons ganhos e, com certeza, de olho na rentabilidade que o negócio pode oferecer, outras varejistas almejam tanto comprar a rede sulista.
Falta clareza na sucessão da companhia
Estabelecida no final da década de 50, a rede até hoje é presidida por seu fundador, Adelino Colombo, de 80 ano – e ainda não está claro quem vai sucedê-lo. Há rumores de que os quatro filhos do empresário não estão dispostos a dar continuidade ao legado do pai. Tanto que, no final do ano passado, Colombo contratou um braço-direito para assumir a função de diretor-superintendente da rede e assim diminuir a carga de trabalho e responsabilidades na companhia.
A rede é a melhor porta de entrada para o Sul
Existe um ditado no Rio Grande do Sul que diz que, onde há uma prefeitura e uma igreja, há também uma loja Colombo. A verdade é que os sulistas costumam ser fieis a redes de sua preferência, e a Colombo, há décadas, já conquistou os consumidores da região. Isso a torna a melhor forma de outras varejistas entrarem no Sul do país.
Peso no ranking do varejo brasileiro
Sempre que se fala de uma eventual aquisição da Colombo, dois rivais são lembrados: a Máquina de Vendas e o Magazine Luiza, que hoje ocupam o segundo e terceiro lugar no ranking do varejo no país. A empresa é, hoje, a quarta maior do ranking de varejo. Para a Máquina de Vendas, sua aquisição ampliaria distância do Magazine Luiza e consolidaria seu segundo no ranking, atrás somente do grupo Pão de Açúcar.
Já se a rede presidida por Luiza Helena Trajano fechasse a operação, diminuiria a distância que a separa da Máquina de Vendas e impediria que o concorrente disparasse.
E claro, ganho de escala
Toda e qualquer negociação também visa o chamado ganho de escala e, com a compra da rede Colombo, não seria diferente. A varejista possui cerca de 340 lojas e dois centros de distribuição. Negociar descontos com fornecedores na compra de produtos ficaria mais fácil. A economia que qualquer rede poderia gerar com a compra da Colombo não é nada que se pode descartar. Por Daniela Barbosa
Fonte:exame27/09/2011
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