Concluída a venda de 16,67% do capital da empresa para a gestora de fundos CRP Companhia de Participações, a fabricante de reboques e semirreboques rodoviários Librelato, com sede em Orleans (SC), prepara-se agora para executar um programa de investimentos de R$ 100 milhões de 2012 a 2014. Neste período, a capacidade instalada da empresa, que está chegando perto do esgotamento neste ano, será ampliada em 50%, para 10 mil unidades por ano, com expansão orgânica e aquisições, disse o diretor administrativo-financeiro José Carlos Sprícigo.
O valor da venda da participação acionária da empresa familiar fundada em 1969 não foi revelado, mas o aporte financiará parte da expansão programada nos próximos três anos, junto com a geração própria de caixa. Segundo André Lenz, diretor da CRP, com sede em Porto Alegre, a Librelato não tem endividamento financeiro e é a quarta maior fabricante de implementos rodoviários do país, atrás da Randon, Guerra e Fachinni.
Neste ano a Librelato prevê um faturamento bruto de R$ 500 milhões, ante R$ 342 milhões em 2010, informou Sprícigo. A produção deve crescer praticamente na mesma proporção, de 4,5 mil para 6,5 mil implementos, bem próxima do limite da capacidade instalada atual de 6,6 mil unidades por ano. Segundo o executivo, a participação das exportações ainda é incipiente, com vendas basicamente para a América do Sul.
Em 2010 o mercado total de reboques e semirreboques rodoviários no país cresceu 46,3% sobre o ano anterior, para 59,3 mil unidades, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir). Para 2011, conforme Sprícigo, a previsão é que sejam vendidos 62 mil implementos no país.
O planejamento da Librelato para os próximos anos inclui a instalação de fábricas em Goiás e em São Paulo. Também há contatos em andamento para uma fusão ou incorporação na região Nordeste, adiantou Sprícigo, sem dar detalhes. De acordo com ele, a empresa já tem experiência com aquisições. Em 2009 comprou a marca e as máquinas da Loranda, indústria de implementos de Canoas (RS).
"Queremos ser a terceira maior do setor no Brasil em 2020", afirmou o executivo. Além de Orleans, a Librelato tem unidades industriais em Criciúma, Içara e Capivari de Baixo, todas em Santa Catarina. Até o fim do ano será concluída a construção de uma outra unidade em Içara, que vai concentrar a produção de componentes e permitirá uma expansão imediata de 10% a 20% na capacidade instalada devido à abertura de mais espaço para produção nas demais fábricas da companhia.
Com a entrada da CRP, a Librelato criou um conselho de administração com três representantes da família controladora, um da gestora de fundos e um independente, que ainda será escolhido. O grupo é presidido pelo diretor-presidente José Carlos Librelato, filho do fundador, Berto, já falecido. Dentro de três a cinco anos a fabricante de carrocerias pretende abrir o capital para permitir o desinvestimento por parte da CRP, que tem participação em outras empresas como Lácteos Brasil (LBR), Camera, Teikon, Keko, Plásticos Pisani e BR Supply.
Fonte:Valor22/08/2011
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