31 agosto 2011

Consolidação do setor é considerada tardia

O setor varejista brasileiro vem se expandindo fortemente nos últimos anos em decorrência de vários fatores, tais como aumento da população urbana, das taxas de emprego e da renda da população em geral. Para se destacar nesse mercado e melhorar a performance, as empresas precisam ganhar escala, eficiência e diluir custos. Esses fatores são facilmente atingidos com crescimento orgânico ou com a aquisição de competidores - esse último é considerado o caminho mais curto para a expansão.

Desde a década de 90, o processo de consolidação através de fusões e aquisições já vem ocorrendo fortemente em alguns segmentos do varejo. O primeiro a se consolidar foi o bancário, seguido por super e hipermercados e depois por bens duráveis. Já os segmentos de varejo de drogarias, moda e material de construção ainda continuam muito pulverizados. No entanto, isso é uma questão de tempo. Fatores como estabilidade da economia, controle da inflação, formalização dos empregos, entrada de investidores financeiros, entre outros, aceleram o processo de consolidação.

Não é à toa que o segmento de drogarias saiu na frente e já protagonizou um movimento muito forte de operações, que teve início timidamente em 2008 e se intensificou bastante nos últimos meses. A disputa pela liderança neste mercado está muito grande e os líderes têm grandes oportunidades de continuar crescendo. Somente em 2011, tivemos a aquisição da rede Mais Econômica e abertura de capital por parte da Brazil Pharma, a fusão da Droga Raia e Drogasil no mês passado e, agora, a Drogaria SP e Drogarias Pacheco anunciam uma fusão de suas operações, se tornando a maior empresa do segmento em termos de faturamento. No que se refere a quantidade de lojas, as duas redes terão juntas algo em torno de 700 lojas.

Atualmente, algumas estimativas apontam que o mercado de drogarias e farmácias possua até 80 mil lojas em todo o Brasil (o número da Abrafarma é 65 mil), sendo 22% nas capitais brasileiras e 78% nas cidades do interior - um número até superior ao verificado nos Estados Unidos, que possui um pouco menos de 60 mil lojas. Com isso, percebe-se a oportunidade que os grandes players deste setor possuem para liderarem o processo de consolidação por meio da aquisição de redes de menor porte.

Com relação à receita, estima-se um volume total superior a R$ 40 bilhões em todo o Brasil, onde as cinco maiores detêm algo em torno de 25%, mas com um potencial de atingir patamares similares aos outros segmentos de varejo. Até o final deste ano e nos próximos, esta disputa será ainda mais acirrada. Eduardo Seixas Diretor sênior da alvarez & marsal brasil
Fonte:estadodeSP31/08/2011

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