Salcedo, da Belcorp: "Viemos para ser um 'jogador' importante no Brasil".
Após dois anos e meio pesquisando o mercado brasileiro, a empresa peruana de cosméticos Belcorp começa a vender seus produtos no Brasil em outubro, por meio de consultores. Terceira maior companhia do setor na América Latina pelo ranking da Euromonitor, a empresa investirá US$ 50 milhões na operação brasileira em 2011 e 2012.
Fundada em 1968, por Eduardo Belmont - atual CEO -, a Belcorp iniciou sua internacionalização em 1985 na Colômbia, que é sua maior operação hoje. O Brasil será o 16º mercado da companhia, sendo os Estados Unidos o único fora da América Latina. A empresa tem, no total, mais de 850 mil consultores e 8,5 mil funcionários. A projeção de vendas para este ano é de US$ 1,6 bilhões, um aumento de 25% em relação a 2010.
O Brasil é o maior mercado de cosméticos da América Latina e o terceiro no ranking mundial - só atrás de Estados Unidos e Japão -, segundo a Associação Brasileira de Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). As maiores empresas que atuam com vendas diretas no mercado brasileiro são Avon e Natura. Em terceiro lugar, está a Jequiti, do grupo Silvio Santos. Em fevereiro, o Boticário entrou nesse mercado com a marca Eudora.
A Belcorp começa a vender em outubro em dez Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. Até fevereiro de 2012, a empresa pretende estar em todo o país. "Viemos para ser um 'jogador' importante", afirma Luis Salcedo, vice-presidente da Belcorp no Brasil.
Inicialmente, parte dos itens será produzida por terceiros e parte será importada. Os produtos serão distribuídos a partir de um armazém em Jundiaí (SP). O ano de 2015 é projetado como o momento em que a marca estará madura no Brasil. A expectativa é ter, então, 13 mil líderes (distribuidores responsáveis por outros revendedores), 200 mil consultores e um faturamento de R$ 400 milhões. Também nesse ano, a Belcorp espera ter fábrica no país.
A companhia tem três catálogos com posicionamentos diferentes e mais de 800 produtos. A linha L'Bel é composta por itens mais caros e sofisticados, desenvolvidos na França. Um batom ou um lápis de olho da marca custa, em média, R$ 35; um perfume feminino, R$ 90. A Ésika, intermediária, "é uma marca para atender às necessidades da mulher independente e da sua família", diz Salcedo. A Cyzone é voltada ao público jovem e tem os preços mais populares. Um batom custa em média R$ 10 e um perfume, R$ 45. É a única que também vende roupas e acessórios.
O plano da empresa é investir primeiro no fortalecimento da rede de revendedores. "Levaremos em torno de um ano formando nossa rede de consultoras e tornando nosso catálogo reconhecido". Só depois disso, virão os maiores investimentos em mídia de massa para divulgar a marca.
Para atrair consultores num mercado disputado, a empresa aposta em três chamarizes: a diversidade de público atingido pelo portfólio, o modelo de remuneração multinível (em que cada líder recebe em cascata, pelas vendas dos consultores subordinados a ele) e as condições de pagamento (28 dias de crédito para quitar os pedidos). O processo de recrutamento começou há um mês.
Fonte:valoreconomico26/08/2011
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