08 julho 2011

Portugal Telecom avalia fusão com Oi

Os acionistas da Portugal Telecom (PT) e da Oi analisam uma possível fusão entre as empresas, segundo o jornal português Diário Económico. Essa união entre as operadoras seria possível depois do fim da golden share (ação com direitos especiais) do governo português na operadora daquele país, o que aconteceu esta semana.

O plano seria de médio prazo, para ser implementado em pelo menos três anos. Segundo fontes de mercado, essa ideia é defendida por alguns acionistas. O Grupo Ongoing, dono do Diário Económico, tem a segunda maior participação no capital da PT, com 10,05%. O maior acionista é a Capital Research and Management, com 10,09% e o terceiro maior é o Grupo Espírito Santo, com 10,03%. A Oi está em quarto lugar, com 7%.

A PT preferiu não comentar o tema e a Oi informou que o assunto diz respeito aos acionistas. Apesar de a Oi ser controlada pela Andrade Gutierrez e pela La Fonte, do empresário Carlos Jereissati, seu maior acionista é a PT, que comprou 25,6% de participação direta e indireta na Oi, em março.

Uma possível fusão entre as duas empresas chegou a ser discutida antes de a PT entrar no capital da Oi, mas, com a golden share do governo português, seria impossível. Segundo uma fonte do mercado, sem a golden share, ainda seria um processo complicado.

Isso dependeria de convencer o governo brasileiro, de um aumento de participação da PT na Oi e de uma mudança no estatuto da PT, que limita a 10% a participação dos acionistas em seu capital.

Segundo o Diário Económico, vários investidores institucionais estrangeiros estão presentes no capital de ambas empresas porque apostam nesse cenário de fusão. Outro ponto difícil seria chegar a um acordo sobre as condições, diante da diluição dos acionistas portugueses e brasileiros, segundo o jornal.

Visita. Coincidentemente, o presidente da PT, Zeinal Bava, esteve no Brasil e se reuniu com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na última terça-feira. O ministro disse ao Estado que Bava relatou estar "muito satisfeito" com a relação societária do grupo português com a Oi, pois as duas empresas "estão falando a mesma linguagem e não estão tendo dificuldades internas".

"Ele demonstrou que está muito à vontade na empresa e que, dentro da Oi, tem defendido fortes investimentos e quer modernizar as soluções tecnológicas da empresa", contou Bernardo. Por essa razão, a PT quer alavancar os investimentos na Oi, que estiveram aquém das necessidades da empresa nos últimos anos.

Na audiência com o ministro, Zeinal deixou clara a intenção de aumentar a sinergia entre as duas empresas, sobretudo através da implantação de soluções tecnológicas e de processos de gestão advindos de Portugal para a Oi.

Um dos exemplos é o uso de smartphones sobre redes fixas, por meio da tecnologia Wi-Fi (banda larga sem fio). "O Zeinal falou que vamos começar a ter isso no Brasil". A ideia é vender "soluções completas para o cliente", como TV a cabo, internet, telefonia e soluções para fazer compras.

Bernardo enfatizou, no entanto, que Bava não mencionou, em nenhum momento, uma possível fusão entre os dois grupos. "Isso não foi mencionado", ressaltou.

Segundo o ministro, ele soube desses rumores de uma possível junção entre a empresa portuguesa e a brasileira pelo Estado. O ministro destacou, porém, devido à fama de ser "uma boa empresa de gestão", a entrada a Portugal Telecom "é uma coisa boa para a Oi".
Fonte:OEstadodeS.Paulo08/07/2011

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