A Experian, a empresa de análise de crédito sediada em Dublin, Irlanda, registrou sólidos resultados no primeiro trimestre, uma vez que suas divisões nos mercados emergentes neutralizaram a fragilidade do crescimento nos Estados Unidos, Reino Unido e Irlanda.A empresa, mais conhecida por verificar a qualidade do crédito do consumidor para bancos e varejistas, informou que sua receita total divulgada do período de três meses encerrado a 30 de junho cresceu 15%, em relação ao mesmo período do ano passado. A receita orgânica do grupo em todas as regiões em que opera aumentou 6%, no cômputo ano a ano, correspondendo às expectativas.
"Prevemos continuar a gerar um bom crescimento na nossa área de atuação, e estamos confiantes na nossa estratégia e capacidade de realização", disse o principal executivo da Experian, Don Robert. "Para o ano como um todo, continuamos a prever crescimento da receita orgânica na faixa do ponto médio ao extremo superior de um dígito, aprimoramento modesto das margens e sólida conversão do fluxo de caixa."
O crescimento do lucro total divulgado de sua divisão latino-americana ficou em 33%, ou 19%, quando corrigido de modo a neutralizar os efeitos das flutuações cambiais.
Em toda a Europa, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico, a Experian registrou um aumento de 30% da receita no período, comparativamente ao ano passado, e um crescimento corrigido da receita de 16%.
O lucro ajustado subiu 6% na divisão da Experian na América do Norte e na do Reino Unido e Irlanda. O crescimento orgânico das duas divisões aumentou 2% e 4%, respectivamente.
Em maio, o grupo de serviços de crédito computou uma expansão de 13% dos lucros antes dos impostos para o ano como um todo, uma vez que a empresa continuou a dar sinais de uma sólida recuperação fora do Reino Unido e Irlanda.
A Experian informou que se beneficiou de um conjunto de novas normas, adotadas após a crise financeira e destinadas a elevar o grau de transparência. No total, os lucros antes dos impostos da Experian aumentaram de US$ 600 milhões para US$ 679 milhões no período de doze meses encerrado no fim de março, sobre US$ 4,24 bilhões em vendas.
Poucos meses atrás a Experian formalizou a compra da Computec, uma fornecedora colombiana de informações de crédito, por cerca de US$ 400 milhões, aumentando assim sua presença na América Latina. No Brasil, a empresa é dona da Serasa.
Ao se expandir para a área de concessionárias de serviços de infraestrutura, assistência médica e telecomunicações, a Experian evitou as piores consequências desde a crise financeira. O grupo realiza mais de dois terços de suas vendas em setores alheios ao de serviços financeiros, comparativamente à parcela aproximada de 20% observada 10 anos atrás.
"Não houve grandes surpresas. A América Latina está à frente, uma vez que a Experian continua a se beneficiar do crescimento de sua penetração nos mercados de crédito da região", disse Kevin Lapwood, analista da Seymour Pierce.
"Ao lançar suas divisões de serviços de crédito nos mercados emergentes, a empresa tentará, no futuro, introduzir suas outras divisões, como seu braço de serviços de marketing, por meio dos quais ela fornece informações a empresas sobre seus consumidores potenciais", acrescentou Lapwood.
"Embora os negócios estejam lentos no Reino Unido e nos Estados Unidos, a Experian continuará a se beneficiar da abertura de novos mercados de crédito. A Índia é a próxima frente da empresa", observou ele ainda.
Analistas dizem prever um crescimento de 7,5% da receita orgânica da Experian para o ano como um todo, e lucros de US$ 1,08 bilhão. As ações da companhia caíram 13 centavos de libra esterlina, para 708 centavos de libra esterlina no pregão de sexta-feira em Londres.
Fonte:ValorEconômico18/07/2011
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