04 julho 2011

Captações externas batem recorde.

Empresas e bancos brasileiros captaram no exterior no primeiro semestre deste ano um total US$ 30,63 bilhões, entre empréstimos e emissão de bônus de dívida. Trata-se do maior volume para o período da série histórica organizada pelo Valor.
Essas captações representaram um avanço de 2,9% em relação ao primeiro semestre de 2010, que já havia sido expressivo. Quando se observa apenas as emissões de bônus – o principal instrumento de captação de recursos externos, responsável por US$ 26,1 bilhões neste ano -, o crescimento é de 50%. O total de bônus emitidos já equivale a 63% de todo o volume captado por meio desse instrumento em 2010 (US$ 41,3 bilhões).

O movimento ajudou a inundar ainda mais o mercado local com dólares, cumprindo papel decisivo para jogar para baixo a cotação da moeda americana, que chegou na sexta-feira ao menor nível em 12 anos.

O que explica essa avalanche de recursos externos trazidos por empresas e bancos brasileiros é o diferencial da taxa de juros local e externo, que cresceu ainda mais com a alta de 1,5 ponto percentual da taxa Selic este ano, num momento de juros estáveis nos países desenvolvidos. Ou seja, captar no exterior ficou comparativamente ainda mais barato.

O volume captado poderia ter sido maior ainda se os mercados não tivessem se fechado por três semanas na reta final do semestre, enquanto se aguardava um acordo em torno do pacote fiscal grego. Foi só o parlamento da Grécia aprovar as medidas na semana passada para os emissores voltarem. A JBS USA, subsidiária americana do frigorífico brasileiro, concluiu a captação de US$ 850 milhões e o estreante BTG Pactual captou US$ 500 milhões. Outras operações já estão a caminho e espera-se também a primeira emissão soberana do país no ano. Mas o período de férias no Hemisfério Norte pode esfriar as emissões no curto prazo.
Fonte: Valor Econômico04/07/2011

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