Com receita em declínio, companhia focada em hardware para o varejo já investiu R$ 260 mi para ampliar atuação O mercado de varejo está se profissionalizando cada vez mais. Com a onda de consolidação pela qual vem passando, a exemplo da fusão entre Casas Bahia e Pão de Açúcar, os concorrentes, mesmo de pequeno porte, se vêem obrigados a procurar diferenciais que os tornem mais competitivos diante dos grandes conglomerados.
Muitas vezes, as empresas encontram em novos softwares o diferencial que estavam procurando, de acordo com Cleber Morais, presidente da Bematech. É por esse motivo que a empresa nacional, voltada para automação comercial e com faturamento de R$ 326,4 milhões em 2010, quer aumentar sua receita vinda da área de desenvolvimento de sistemas e serviços. Desde 2007, a companhia já investiu R$ 260 milhões em aquisições de sete empresas de software e agora, sob a gestão de Morais desde abril, espera que em três anos este segmento seja responsável por metade da receita em, no máximo, três anos.
No primeiro trimestre, o percentual do faturamento vindo da área de software e serviços foi de 23%, totalizando R$ 16 milhões, enquanto há um ano o percentual era de 14%. Segundo Morais, o mercado de varejo está passando por uma fase de amadurecimento e se profissionalizando e, por isso, demandando mais sistemas para, por exemplo, aumentar produtividade.
"A onda de consolidações tem acelerado a adoção de software pois estimula os concorrentes a usarem certos sistemas para tentar se diferenciar e enfrentar a concorrência dos grandes grupos varejistas" afirma Morais, que não descarta continuar fazendo aquisições para reforçar a área.
Além das compras, a empresa também investe em pesquisa para criar novos softwares que possibilitem o crescimento da receita na área. Uma das apostas da Bematech é o sistema que liga os iPads utilizados para captar o pedido dos clientes diretamente às cozinhas dos restaurantes. O investimento total em desenvolvimento de produtos em 2010 foi de R$ 19 milhões.
Declínio da receita
Apesar do crescimento da receita vinda da área de software, que foi de 13,7% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2010, o faturamento total da empresa não tem apresentado os mesmo índices positivos. De janeiro a março, foi contabilizada uma queda de 14,4% sobre o ano anterior. O lucro também está negativo, com queda de 28,9% no período, números que mostram motivos para que a empresa invista na diminuição da dependência da companhia do setor de hardware para varejo.
A empresa possui hoje entre seus clientes empresas como Leroy Merlin, Subway e O Boticário, além de atuar fora do país, de onde vem 8% do faturamento total. Atualmente a companhia é a 34a colocada o Ranking das Transnacionais Brasileiras feito pela Fundação Dom Cabral e tem fábricas na China e em Curitiba.
Fonte:BrasilEconômico21/07/11
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