Caso conclua com sucesso na noite de hoje sua oferta pública inicial de ações, a Qualicorp terá valor de mercado entre R$ 4,1 bilhões e R$ 4,9 bilhões. Isso representará uma alta entre 100% e 140% ao se comparar com o preço implícito na transação pela qual o grupo de investimento em participações Carlyle comprou o controle da empresa de seguro saúde, em julho de 2010.
A valorização em um ano supera, e muito, o crescimento de 48% da receita entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo período de 2011, de acordo com os dados pro forma divulgados no prospecto da oferta. O lucro operacional antes do resultado financeiro teve alta de 24% na mesma relação, para R$ 8 milhões.
Há cerca de 12 meses, o Carlyle desembolsou R$ 1,39 bilhão para ficar com 68,6% do capital da Qualicorp. Nessa transação, além de comprar parte das ações do fundador José Seripieri Filho, foi arrematada toda a participação de 46% que estava nas mãos de outro fundo de participação, o General Atlantic (GA), desde novembro de 2008. O GA aportou R$ 341 milhões na empresa na época.
Nas distribuições primária e secundária de ações que a Qualicorp faz agora, a Carlyle reduzirá sua fatia no capital da empresa para algo entre 44% e 34% do total de ações, a depender da demanda. Com a venda da participação, embolsará entre R$ 781 milhões e R$ 1,25 bilhão, considerando o ponto médio do intervalo sugerido para as ações, que vai de R$ 16 a R$ 19 por papel.
A operação como um todo movimentará de R$ 1,16 bilhão a R$ 1,86 bilhão, sendo que a parcela primária, em que os recursos vão para a empresa, ficará entre R$ 435 milhões e R$ 517 milhões.
Até o fim da semana, serão definidos os valores dos papéis de mais cinco companhias com ofertas programadas, sendo duas aberturas de capital, de Perenco e Technos, e três distribuições subsequentes, de BR Properties, Kroton e Mahle. As seis operações devem movimentar entre R$ 3,5 bilhões e R$ 5,3 bilhões.
A oferta pública inicial da Perenco, de exploração de petróleo, é destinada apenas para investidores qualificados, com mais de R$ 300 mil em ativos financeiros. O período de reserva vai até quinta-feira. Com expectativa de fixar o preço do papel entre R$ 1.550 e R$ 2 mil na sexta-feira, a petroleira pode captar R$ 725 milhões pela faixa média. A operação é exclusivamente primária, em que todos os recursos serão destinados para a empresa.
Com planos de voltar à bolsa depois de fechar o capital em 2005, a fabricante de relógios Technos encerra hoje o seu período de reserva. O preço de estreia dos papéis deve ser divulgado amanhã. Em caso de sucesso, o valor ficará entre R$ 16,50 e R$ 20,50.
A empresa planeja captar cerca de R$ 450 milhões na operação, que inclui uma oferta primária e outra secundária – em que os recursos captados vão para os atuais acionistas.
A BR Properties, que investe em imóveis comerciais para ganhar com aluguel e valorização, começa e termina o período de reserva hoje e define o preço das ações amanhã. A empresa fará a sua primeira emissão de ações após a abertura de capital no ano passado. A captação deve girar em torno de R$ 605 milhões, desconsiderando os lotes extras.
Dona do sistema educacional Pitágoras, a Kroton encerrará o período de reserva amanhã. A empresa almeja levantar R$ 401 milhões em operação primária e secundária. O preço dos papéis será definido na quarta-feira.
Na quinta-feira, será a vez da fabricante de autopeças Mahle Metal Leve fechar o preço de suas ações. A oferta, toda secundária, marca a migração da empresa para o Novo Mercado, e deve movimentar R$ 318 milhões.
Fonte: Valor Econômico 27/06/2011
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