Boa parte das grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos está com muito dinheiro no caixa, por conta de uma postura bastante conservadora. Estão postergando as decisões relacionadas com o retorno dos recursos aos acionistas ou aquisições na fase de baixa do mercado.
Estão tratando a crise financeira com muita cautela. O crédito continua escasso o que vem deixando empresas de diversos setores extremamente carentes de recursos. "Continuaremos desejosos de caixa", diz Steve Ballmer, executivo-chefe da Microsoft, que possui perto de US$ 21 bilhões no momento. "Neste cenário, a maioria das pessoas vai dizer a você que caixa é tudo. A maioria tende a guardar caixa com unhas e dentes porque nunca se sabe quando você poderá precisar dele."
A forte posição de caixa vem diferenciando o setor tecnológico e proporcionando uma flexibilidade financeira considerável às maiores empresas do setor. Algumas companhias como a Microsoft e a Cisco mantêm grandes posições de caixa desde o estouro da bolha tecnológica no começo desta década. Outras, como a Apple e o Google, aproveitaram o sucesso dos últimos anos para entrar nessa elite de super-ricos.
Os colchões de caixa de empresas de tecnologia aplicados em partes do negócio que exigem menos capital superam em muito essas exigências no momento. Desde o estouro da bolha, muitas outras companhias do setor vêm respondendo às pressões dos acionistas para reduzirem parcialmente os saldos de caixa recomprando ações e fazendo pequenas aquisições.
Mesmo assim, manter um grande colchão de proteção também deixa a companhia com "uma série de opções" para o futuro, como fazer aquisições e investir nos negócios, além de enviar uma mensagem forte aos clientes sobre sua capacidade de resistência, afirmou Frank Calderoni, diretor financeiro da Cisco.
No entanto, embora afirmem que o caixa ajudará as empresas a empregarem melhor seu dinheiro em aquisições, a maioria dos executivos do setor tecnológico diz que elas continuarão realizando apenas negócios relativamente pequenos e que mesmo esses negócios poderão ser muito poucos. "Na verdade, trata-se de uma arma estratégica", afirma Schmidt.
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