07 maio 2009
Crise estimula fusões na indústria automobilística
Após negociações entre a Chrysler e a Fiat e entre esta e a Opel, agora foi a vez de Volkswagen e Porsche anunciarem planos de fusão, em um negócio que aliviaria o endividamento da fabricante de carros esporte e poria fim à saga de mais de três anos quanto à tomada de controle acionário da maior montadora da Europa.
GM está em negociação com a Renault para passar sua marca Saturn para o controle da montadora francesa, interessada em expandir sua atuação nos EUA, segundo o "Wall Street Journal".
Ao mesmo tempo, a montadora chinesa Geely pretende adquirir a Saab, outra marca da GM, que está sob pressão para se desfazer de parte dos ativos. Outros grupos também manifestaram interesse pela Saturn. Mas o eventual comprador não injetaria capital no negócio, apenas se responsabilizaria pelos custos da operação.Ao praticamente doar a Saturn, a GM evitaria desgaste com os concessionários. Já a Saab conta com três ou quatro interessados, incluindo a Geely.
Aquisições agitam setor supermercadista
Agora, com a entrada do gigante Carrefour na disputa pela rede Gimenes S.A. juntamente com a paulista Ricoy Supermercados, é vivida uma queda-de-braço entre as redes para manter a liderança no mercado. Outro exemplo deste cenário seria o interesse da chilena Cencosud em vender a operação da sergipana GBarbosa, para concentrar esforços em seu país, depois da entrada do Wal-Mart naquele mercado, segundo noticias divulgadas. O Grupo Pão de Açúcar (GPA), que perdeu a liderança do setor há dois anos, poderia ser um dos interessados.
Nobel da Economia acredita que a recuperação econômica já começa no 2º sem/09.
Segundo ele, há basicamente duas correntes de pensamento a respeito do prazo de recuperação: os que acham que a crise vai durar um bom tempo - de dois a três anos, ou até mais - e os que acreditam numa recuperação mais rápida. Ele se inclui no lado otimista. Acredita que os EUA vão sair da recessão já por volta da metade do ano, começando a se expandir e isso marcará o começo da recuperação. Os primeiros países a mostrarem sinais visíveis de recuperação serão os EUA e a China - e é preciso levar em conta que a China nem se encontra em recessão. Depois será a vez das economias européias, pois elas estão numa situação mais difícil do que os EUA.
Afirma ainda que um bom indício será a queda nos estoques de moradias e de automóveis os EUA. Esses dois setores são críticos para o país. Enquanto esses estoques se mantiverem muito altos, não haverá novas encomendas, por duas razões: as pessoas continuam temerosas de comprar e de perder o emprego e elas também esperam que os preços continuem caindo. Outro grande indicador da recuperação será o retorno da confiança, dado pela valorização das bolsas de valores e pela concessão de novos empréstimos pelos bancos.
Merece especial destaque ocomentário que fez a respeito do crescimento chinês, sobre sua capacidade de estimular o crescimento em outras economias. “Creio que não, porque a economia chinesa é da ordem de 4 trilhões de dólares, um pouco menor do que a japonesa. Já a economia americana é da ordem de 14 trilhões de dólares. E a zona do Euro é da ordem de 12 trilhões de dólares. Logo, uma economia do tamanho da chinesa é importante, mas ela não será capaz de compensar uma desaceleração de escala global”.
Razões para comprar empresas. Desafios em tempo de mudanças.
Em 2008, já vivenciando as incertezas e volatilidades da crise financeira internacional, foi feita uma pesquisa pela CFO Publishing junto a executivos globais sobre as principais razões das operações de M&A que tinham participado recentemente.
Os motivos estão relacionados por ordem de mais votados.
1 - Agregar produtos e/ou serviços complementares
2 - Acesso a mercados internacionais
3 - Acesso a mercados domésticos
4 - Ganhos de economias de escala e de escopo
5 - Ganhos de market-share
6 - Aquisição de novas tecnologias ou processos operacionais
7 - Incorporação de talentos
8 - Acesso a fornecedores
9 - Diversificação de linhas de negócios
10- Aquisição de canais de distribuição
11- Aquisição de marcas/imagem/visibilidade
12- Alavancagem de cross-selling
13-Vantagens tributárias/benefícios fiscais
14- Integração vertical na cadeia de valor, produção/distribuição
15- Reação a movimentos da concorrência.
Decorridos o primeiro quadrimestre 2009 e por conta das operações anunciadas e/ou em andamento, caberia incluir mais dois itens como relevantes: consolidação setorial e operações oportunistas.
Sinais de retomada
Muitas negociações em fase adiantada no final de 2008 foram abortadas diante das incertezas, sobretudo às relacionadas com projeções sobre o volume de vendas ou fidelidade dos clientes.
Com as expectativas positivas dos indicadores econômicos sinalizando que o pior já passou, sinais mesmo que tímidos de retomada nos negócios já são sentidos no mercado.
É esperado que o ritmo de negócios de M&A se intensifique a partir do segundo semestre de 2009. Seja por conta de consolidações setoriais, aproveitamento de oportunidades ou mesmo a alternativa de crescimento via aquisições para manter taxa de crescimento ou market-share. Ou outras tantas razões que a análise de múltiplos cenários, do conservador ao oportunista, recomenda.