22 novembro 2018

Notre Dame Intermédica prepara 'follow-on' , diz fonte

Passados oito meses de sua estreia na bolsa brasileira, a operadora de saúde Notre Dame Intermédica prepara uma oferta subsequente de ações ("followon") primária e secundária, apurou o Valor. A oferta deve acontecer ainda este ano, conforme o plano da companhia, indicam duas pessoas com conhecimento do assunto.

A companhia fez sua oferta pública inicial (IPO) em abril, quando movimentou R$ 2,7 bilhões em captação primária e majoritariamente secundária. Os bancos coordenadores do follow-on serão os mesmos envolvidos no IPO: Morgan Stanley, Credit Suisse, J.P. Morgan, UBS, Bradesco BBI e Itaú BBA.

"É possível fazer a oferta no início de 2019, mas a empresa tem preferência em realizá-la ainda este ano e está em contato com investidores", diz um executivo. A empresa avalia fazer a oferta pela instrução 476, com esforços restritos.

Ontem, após a informação da oferta ser divulgada no início da tarde pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, as ações da companhia passaram a operar em queda, para fecharem com desvalorização de 3%. Desde o IPO, no entanto, os papéis da empresa valorizaram 61%, negociados a R$ 26,50 na B3. Na oferta inicial, foram vendidos a R$ 16,50.

A intenção da Intermédica, conforme as fontes, é ampliar sua base de investidores para aumentar a liquidez do papel e também colocar dinheiro novo em caixa para mais aquisições. Procurada sobre o follow-on, a Intermédica não comentou.

Já listada em bolsa, a Intermédica fez três aquisições. Em junho, comprou a Samed, com uma carteira de aproximadamente 80 mil beneficiários, um hospital, três centros clínicos, e um laboratório de análises clínicas com seis pontos de coleta. Em julho, adquiriu o Grupo Mediplan Sorocaba, com uma carteira também de cerca de 80 mil beneficiários no Estado de São Paulo e um hospital. E em setembro, a Intermédica fez sua maior aquisição do ano, do grupo de saúde GreenLine, avaliada em R$ 1,2 bilhão. A GreenLine adicionou carteira de 464 mil beneficiários, dois hospitais, dez prontosocorros e nove centros clínicos.

A empresa tem investido também no crescimento de sua rede própria de laboratórios, a NotreLabs. Em nove meses, o lucro líquido ajustado aumentou 55,1%, para R$ 370,3 milhões, e a receita aumentou 15,4% no período, para R$ 4,51 bilhões.

Duas ofertas iniciais estão em curso no país, a do banco BMG, assessorada por J.P. Morgan, Itaú BBA, Brasil Plural, Citi, XP Investimentos e Banco do Brasil, e da empresa de tecnologia Tivit, coordenada por Itaú BBA, J.P.

Morgan, Bradesco BBI e BTG Pactual. Ambas estão previstas para a primeira quinzena de dezembro.
A empresa de energia Light também planeja um follow-on para dezembro, que pode ser ancorado pela gestora GP Investments e cujo grupo de coordenadores é liderado por Itaú BBA e Santander.
Outra oferta de empresa brasileira pode acontecer entre o fim do ano e início de 2019, mas no exterior. O grupo frigorífico Minerva contratou os bancos BTG Pactual, J.P. Morgan e HSBC para coordernar a oferta da subsidiária chilena Athena Foods. A companhia tem conversado, nos últimos três meses, com fundos de pensão chilenos e fundos soberanos árabes sobre uma ancoragem da oferta.

A listagem no Chile é explicada pela união de ativos na América do Sul na operação, com exceção do Brasil. "As bolsas mais relevantes seriam Argentina e Chile, mas a primeira não é uma boa opção atualmente para atrair investidores", considera um executivo ligado ao processo. - Valor Econômico
Leia mais em portal.newsnet 22/11/2018

22 novembro 2018



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