29 junho 2018

Startup curitibana recebe de R$ 1 milhão para produzir tecnologia que gera energia renovável

Imagine gerar a energia consumida na própria casa, empresa ou em uma propriedade rural quase de graça e de forma sustentável, não causando qualquer impacto para o meio ambiente? A partir de novembro, a startup curitibana Metha começa a produzir em larga escala sua micro central hidrelétrica (MCH), um equipamento de pequenas dimensões, capaz de produzir energia elétrica a partir dos menores pontos de disponibilidade de água.

A Metha foi a única empresa do Paraná selecionada no programa Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa (Finep) para receber R$ 1 milhão, dinheiro que irá permitir à startup instalar sua linha de montagem e selecionar distribuidores do equipamento em todo o país. “Esse investimento é fundamental para que possamos desenvolver nosso plano de negócios e crescer“, comemora o engenheiro mecânico Felipe Wotecoski, 31 anos, um dos sócios fundadores.

Trata-se de uma das iniciativas que estão sendo desenvolvidas na capital como parte do ecossistema que está sendo criado pelo programa Vale do Pinhão, de incentivo à inovação na capítal.

Uma pequena queda d'água de um córrego ou rio, vertedouros e pontos de água sob pressão em indústrias já permitem à micro central hidrelétrica da Metha produzir energética natural, renovável e gratuita, garante Felipe. Com a tecnologia curitibana, a energia da água pode ser transformada e reaproveitada em forma de eletricidade, reduzindo significativamente os custos de uma residência ou propriedade rural.  “Cada equipamento tem capacidade de gerar até 720 kW.h por mês, o suficiente para abastecer quatro moradias urbanas de porte médio. Seriam cerca de R$ 500 de economia de energia por mês”, conta ele.

De acordo com o sócio da Metha, um dos aspectos mais interessantes da tecnologia é o alto rendimento hidrelétrico, pois para a geração de energia não é necessário represamento de água e, portanto, sem impacto ambiental, o que torna a tecnologia curitibana uma ótima alternativa tanto para o meio urbano como para o setor rural. “É uma tecnologia de alta eficiência para baixa disponibilidade de água”, afirma Felipe.

Custo
Aprovada pela Copel, que obrigatoriamente precisa liberar a ligação do equipamento à rede de energia, a micro central hidrelétrica atende 100% as normas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e já foi instalada em projetos-piloto em três propriedades rurais, em Colombo, Antonina e Sorocaba (SP), além da sede da Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar).

Sete outras unidades estão sendo montadas para entrega a clientes. “Nosso principal mercado deverá ser do setor rural, pois este segmento ainda é muito carente de energia de custo baixo, mas a tecnologia pode ser aplicada também em grandes empresas que tenham descarte de água sob pressão, como cooperativas, curtumes, fábricas de tintas, montadoras, malharias e lavanderias industriais”, enumera Felipe. Cada equipamento custa R$ 19,9 mil.

Presença
De acordo com o sócio fundador da Metha, mesmo que na propriedade já tenha energia elétrica, é vantajoso instalar uma micro central para reduzir a conta de luz. “De fácil instalação, o equipamento tem o tamanho de um frigobar e atende as exigências da Lei de Micro Geração Distribuída. Com isso, se o dono da propriedade não consumir toda a energia, poderá rentabilizar o excedente com a concessionária local. Ou seja, abater as despesas de energia de outros imóveis da pessoa dentro do estado”, destaca Felipe.

Defensor de que a inovação precisa beneficiar toda a população, Felipe avalia que as micro centrais também poderiam ajudar a tornar equipamentos públicos autossustentáveis energeticamente e, com isso, reduzir gastos de prefeituras, por exemplo. “Parques com quedas d’água, como o Barigui, poderiam receber a tecnologia, reduzindo os custos com iluminação, assim como escolas, postos de saúde e outros estabelecimentos da cidade“, justifica o sócio fundador da Metha.

Vale do Pinhão
Desde 2016, a Metha faz parte do programa de incubação da Federação das indústrias do Estado do Paraná (FIEP), que permitiu à startup curitibana receber mentorias e capacitações para a criação do plano de negócios e a montagem dos primeiros protótipos. Para Felipe, essa parceria foi essencial, bem como as conexões que foram feitas no Vale do Pinhão, o movimento de todas as áreas da Prefeitura e do ecossistema de inovação da capital para tornar Curitiba a cidade mais inteligente do país.

“As conexões com o ecossistema nos permitiram receber nosso primeiro investimento em 2016, quando vencemos o Prêmio Sebrae de Inovação e produzimos os primeiros protótipos da micro central hidrelétrica. Com esse novo recurso do Finep, agora estamos prontos para iniciar a produção em larga escala e também criar um equipamento com design mais comercial”, salienta o sócio fundador da Metha. No primeiro ano, a fábrica da startup na Grande Curitiba deverá produzir 100 micro centrais, mas a linha de montagem terá uma capacidade total de 1 mil unidades/ano.

Como funciona a micro central hidrelétrica?
A energia hidráulica, disponível em uma queda d'água de um córrego ou rio ou em um ponto de disponibilidade de água, é convertida em energia mecânica por meio de uma turbina hidráulica e então convertida em energia elétrica por um gerador. A energia então passa por um inversor que garante a qualidade da energia gerada para abastecer o imóvel. A eletricidade então alimenta a rede elétrica da propriedade e o excedente pode ser lançado na rede da concessionária de energia, como a Copel, para se beneficiar do bônus gerado. Leia mais em bemparana 29/06/2018

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29 junho 2018



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