13 abril 2018

Governo quer 20% de Embraer em joint venture

O governo brasileiro vai insistir na proposta de que a Embraer participe das decisões estratégicas da joint venture que está sendo negociada com a Boeing, a maior fabricante de aeronaves do mundo. Para isso, propõe que a brasileira tenha ao menos um representante no conselho de administração da nova companhia e que sua participação seja em torno de 20% e não de 10% como na proposta colocada na mesa pela americana.

Detentor de uma golden share (ação que dá direito a veto em importantes decisões) na Embraer desde a privatização, em 1994, o governo federal tenta buscar um consenso antes de a proposta ser encaminhada pelas empresas ao presidente Michel Temer.

No início da semana que vem, uma nova reunião de trabalho com equipes dos Ministérios da Defesa e da Fazenda será realizada para discutir a oferta apresentada pela Boeing. O grupo é composto também por representantes do Comando da Aeronáutica e do BNDES. O banco detém, por meio de sua empresa de participações, a BNDESPar, 5,4% do capital da Embraer.

Ontem, em resposta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Embraer disse que tem “mantido entendimentos, inclusive por meio do grupo de trabalho do qual o governo brasileiro participa, com vistas a avaliar possibilidades para potencial combinação de negócios”. Informou, ainda, que esses negócios “poderão eventualmente incluir a criação de outras sociedades com participação conjunta na área de aviação comercial, deixando por outro lado separadas as demais atividades notadamente aquelas vinculadas à área de defesa e, possivelmente, também a área de aviação executiva, que permaneceriam exclusivamente com a Embraer”.

O interesse da Boeing é reforçar, com a aquisição, sua atuação na aviação comercial de médio porte, segmento no qual a Embraer figura entre as três maiores fabricantes mundiais. O acordo, que envolve, por exemplo, a fabricação de aviões de 150 lugares, está em negociação desde o ano passado, quando a Airbus surpreendeu o mercado global ao anunciar a compra de 50,1% do programa de jatos comerciais da Bombardier.

O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna evita falar sobre as negociações. Ao Estado limitou-se a dizer “estamos trabalhando nisso”. A informação no governo é de que as discussões “estão avançadas”. As preocupações das Forças Armadas, segundo fontes do Planalto, estão sendo levadas em conta pela Boeing e as empresas estão chegando a um consenso. O Estado de S. Paulo - Leia mais em abinee.13/04/2018

13 abril 2018



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