24 janeiro 2018

Com ativos baratos, Brasil é um dos países mais atrativos, dizem investidores

Os ativos no Brasil estão "muito baratos" e o país é um dos emergentes mais atrativos para investidores internacionais neste começo de 2018, avaliou David Rubenstein, co-fundador da firma de private equity Carlyle Group.

No Carlyle, que tem ativos de US$ 174 bilhões sob gestão, "temos um monte de dinheiro investido no Brasil", afirmou um dos executivos mais influentes no mercado financeiro ao Valor , em Davos. Ele vê o Brasil como um mercado de oportunidades. Indagado se aumentaria os investimentos, retrucou que já aplicou muito no país.

Para Rubenstein, os mercados falam menos sobre o Brasil do que deveriam, dadas as perspectivas que considera positivas sobre a economia nacional, a exemplo do que acha que acontece também na Rússia.

O CIO (executivo-chefe de investimento) do UBS Wealth Management, Mark Haefele, também admitiu um forte otimismo em relação aos emergentes em geral, em entrevista ao Valor.

Ele explicou esse sentimento. Primeiro, pelo preço baixo das ações de emergentes. Em segundo lugar, porque o crescimento global continuará ajudando os emergentes, particularmente num ambiente em que continuará a haver riscos geopolíticos, mas que não serão suficientes para descarrilhar a expansão mundial.

Haefele informou que o UBS recentemente elevou sua exposição em uma cesta de moedas emergentes versus moedas de países desenvolvidos diante das oportunidades de maior rendimento, ainda mais comparado a baixos juros nos mercados maduros.

Com a forte expansão econômica esperada, o banco suíço considera que as moedas de emergentes têm mais espaço para valorizar contra o dólar americano. O UBS projeta o dólar a R$ 3,20 em três meses, caindo para R$ 3,10 no fim do ano.

"Também há ganhos em títulos de dívida em moedas locais", disse Haefele. "E ampliamos posições também nas ações de emergentes", acrescentou. Ele considera o mercado brasileiro interessante, mas observou que o UBS prefere uma cesta de emergentes para equilibrar os riscos.

No ano passado, também em Davos, o executivo do UBS apostou contra a opinião predominante, de que o dólar americano continuaria valorizando no rastro de promessas de estímulos bilionários do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Agora, Haefele considera que o ambiente continua não sendo particularmente bom para o dólar, inclusive por causa do enorme déficit em conta corrente dos EUA.

Para ele, um grande risco ao otimismo atual sobre os emergentes é o possível aumento do protecionismo nos EUA, se Trump realmente implementar as ameaças de barreiras contra certas importações.

Mas o maior risco no sistema financeiro, avalia o executivo do UBS, seria uma rápida elevação da inflação nos EUA e outros desenvolvidos, forçando os bancos centrais a acelerar a remoção dos estímulos e com isso desacelerar a economia mundial. Jornalista: Assis Moreira Fonte:Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 14/01/2018

24 janeiro 2018



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