27 dezembro 2017

Startups entram no mercado das seguradoras

País já tem ao menos 40 ‘insurtechs’, algumas  lançadas por firmas do setor

As startups, que já vêm incomodando os bancos brasileiros com o fenômeno das fintechs, agora miram outro mercado conhecido por movimentar muito dinheiro e pouca inovação: o de seguros.

Recentemente, uma série de insurtechs — acrônimo de fintech com “insurance”, seguro em inglês — chegou ao mercado brasileiro prometendo mais eficiência na escolha e na prestação de serviços desse segmento. O Brasil já tem 40 insurtechs, segundo mapeamento prévio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). Em alguns casos, as próprias seguradoras estabelecidas têm guiado os investimentos para não comer poeira.

Na quinta-feira, o fundo BR Startups, da Microsoft e que tem a BB Seguridade, aportou R$ 2 milhões na insurtech Car10. Lançada há pouco mais de dois anos, a solução da start-up permite que o usuário envie foto do dano no veículo e, em menos de uma hora, receba orçamento de oficinas próximas para o conserto. O serviço tem cerca de 2 mil oficinas no portfólio.

A Caixa Seguradora lançou há pouco mais de um ano a YouSe, uma plataforma de venda on-line de seguros de veículo, residencial e de vida. O serviço permite que o usuário customize a apólice, contratando apenas a cobertura que desejar. Recentemente, lançou o app de celular Youse Trips, que funciona como uma telemetria da condução.

"O objetivo é criar o modelo pay as you drive. Hoje, é o perfil que determina o preço. Queremos individualizar o seguro, que ele custe de acordo como você dirige", disse o diretor Eldes Mattiuzzo.

Regulação dificulta inovação
A Thinkseg, do ex-sócio do BTG Andre Gregori, promete orçar o seguro de veículo em cinco segundos usando e-mail, placa do carro e CEP do motorista. A empresa também tem aplicativo de telemetria.

"Não usamos contato humano na contratação. Usamos inteligência artificial e desenvolvemos um chatbot (programa para conversas em chats). O processo todo de contratação pode durar apenas 57 segundos", afirma Gregori.

Uma outra insurtech, a Mutual Life elimina a figura da seguradora e a substitui por um grupo fechado de pessoas que se cotizam para criar uma proteção mútua. Ela funciona hoje em regime de testes com uma proteção para smartphone.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) criou uma comissão especial dedicada ao tema em julho. Segundo o superintendente Joaquim Mendanha de Ataídes, as insurtechs são bem-vindas, mas precisam estar alinhadas com as regulações do mercado.

Embora veja como positiva a participação da Susep, Gustavo Zobaran, da Camara-e.net, observa que as start-ups têm dificuldade de ousar na inovação por causa da regulação.

"Por isso, as insurtechs trabalham mais na área de comercialização do que criação de novos produtos. É preciso mexer na parte regulatória para que essa nova cultura possa estar mais aberta." POR AGÊNCIA O GLOBO Leia mais em epocanegocios 26/12/2017


27 dezembro 2017



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