17 agosto 2017

Oferta de ações da Via Varejo em bolsa pode ser saída para Pão de Açúcar

Uma oferta subsequente de ações (follow on) pode ser a alternativa para o Grupo Pão de Açúcar (GPA) vender sua participação na Via Varejo, empresa dona das Casas Bahia e do Pontofrio. Diante da dificuldade em encontrar um único comprador para os 43,3% que detém da rede, o GPA tem sido instado por assessores a colocar na mesa uma proposta de venda de forma pulverizada dos papéis da sua subsidiária.

A ideia inicial levada ao grupo por bancos é a de converter as ações preferenciais da Via Varejo em ordinárias, para lançar a companhia no Novo Mercado, segmento de maior governança corporativa da B3. Foi assim com a Renner em 2005, em uma operação que levou à pulverização do controle da empresa, que antes pertencia ao grupo americano J.C. Penney.

Origens
Se o plano avançar e o pacote de ações do GPA terminar sendo vendido para vários investidores, a Via Varejo poderia ter como seu maior acionista o empresário Michael Klein, herdeiro do fundador das Casas Bahia. Klein tem 27% da empresa, um porcentual que poderia garantir o poder de apontar nomes para cargos executivos. Optando pela oferta, o GPA conseguiria aproveitar ainda a alta no preço das units da Via Varejo neste ano.

Tic-tac
Uma das razões para o Grupo Pão de Açúcar se preocupar em acelerar a venda da Via Varejo tem natureza contábil. Ativos à venda podem ser declarados nos balanços das companhias como uma “operação descontinuada” por apenas um ano. No caso do GPA, essa forma de contabilização passou a ser usada no final de 2016 e ajudou a melhorar os resultados. Outra questão é que a reconsolidação da companhia afetaria, ainda, os covenants – cláusulas contratuais de títulos de dívida – do Casino, controlador do GPA.

Outro lado
Hoje o Grupo Pão de Açúcar negou que exista qualquer tipo de estudo para a realização do follow on como forma de vender a sua participação na Via Varejo. Ontem, quando foi procurada, a empresa afirmou apenas que o “processo está sendo conduzindo de forma a buscar o melhor equilíbrio entre ‘timing’ e maximização de valor para os seus acionistas”. (com Dayanne Sousa) Leia colunadobroad.estadao 17/08/2017

17 agosto 2017



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