01 agosto 2017

Estrangeiros voltam com ofertas de ações

As ofertas de ações em julho, que movimentaram um total de R$ 8,5 bilhões, deram novo fôlego para os investimentos externos no mercado acionário brasileiro. Depois de tirarem R$ 767 milhões em junho, no mês passado, até o dia 27 os estrangeiros já haviam aplicado R$ 3,09 bilhões na bolsa, caminhando para o segundo maior volume de 2017 - o recorde do ano é de janeiro, que registrou ingresso líquido de R$ 6,2 bilhões. No acumulado do ano, o saldo de estrangeiro na bolsa está positivo em R$ 7,9 bilhões.

Em julho, quatro empresas fizeram a estreia na bolsa: a varejista Carrefour, o grupo farmacêutico Biotoscana, a companhia de resseguros IRB e a empresa de geração de energia eólica Ômega. Desse grupo, as ofertas de Carrefour e IRB foram as que mais atraíram estrangeiros, segundo profissionais que acompanharam as operações, por conta do volume relevante. Carrefour, sozinho, movimentou R$ 4,46 bilhões, e o IRB, R$ 2 bilhões.

Os dados oficiais sobre a participação dos investidores nas ofertas ainda não foram divulgados, mas as estimativas do mercado apontam para uma fatia do estrangeiro de 55% na oferta do Carrefour e de 66% na operação do IRB retomando a média histórica de 60% de participação desse tipo de investidor.

"É um sinal de que os investidores estão mais otimistas com a recuperação da economia no longo prazo e que as questões políticas não têm influenciado de maneira negativa as decisões de investimento", afirma o executivo de um banco de investimentos que coordenou alguns lançamentos de ações.

As estimativas representam ainda um aumento em relação às ofertas iniciais de ações realizadas no começo do ano. Em fevereiro, por exemplo, dos R$ 600 milhões levantados pela locadora de carros Movida em bolsa, os estrangeiros compraram apenas 35% do volume de ações colocado à venda.
No mesmo mês, a Hermes Pardini fez uma oferta de R$ 877 milhões, dos quais os estrangeiros ficaram com 41%.

Desde o começo do ano, 13 empresas já fizeram ofertas de ações entre lançamentos iniciais e operações subsequentes, superando os R$ 24 bilhões.

De acordo com estimativas de profissionais do setor, até o fim do ano pelo menos mais dez companhias devem acessar o mercado de capitais. Pelos cálculos de Leandro Miranda, diretor-gerente do Bradesco BBI, a participação dos estrangeiros, considerando todas as ofertas de ações que devem ocorrer neste ano, pode chegar a R$ 20 bilhões.

Na visão do executivo, o aumento da participação dos estrangeiros nas ofertas de ações ocorre pela recomposição das carteiras dos fundos que investem em países emergentes e na América Latina. "Estamos vendo o ingresso de investidores mais qualificados e seletivos, mas não são novos, são investidores que estão voltando ao país", diz ele.

Em 2010, os fundos dedicados a investimentos em ações da América Latina destinavam 65,7% dos recursos para papéis brasileiros. O montante caiu para 46,5% em 2015 - o pior momento para o país - e agora voltou para 57%, segundo dados de 30 de junho.  No caso dos fundos que investem em ações de mercados emergentes, em 2010 eles destinavam 15,8% para o Brasil, Por Chrystiane Silva | De São Paulo  - Valor Econômico Online Leia mais em portal.newsnet 01/08/2017

01 agosto 2017



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