03 agosto 2017

BTG pode vender 100% da Engelhart até dezembro

Até o fim deste ano, o BTG Pactual pode vender 100% das ações que detém na empresa de commodities Engelhart Commodities Trading Partners (ECTP) para os sócios do banco, segundo João Dantas, diretor financeiro e de relações com investidores da instituição. Se isso se concretizar, a saída do banco do negócio se dará de forma mais rápida do que o previsto.

Em abril do ano passado, o BTG anunciou os planos de cindir esse ativo de negociação de commodities do banco, num processo que reduziu sua fatia de 91,9% para 36,1%. O restante ficou nas mãos dos sócios do banco e dos administradores da trading. No fim de junho deste ano, o banco já detinha um pedaço bem menor, de 21,2% da Engelhart. Só no segundo trimestre, a Engelhart comprou 6,39% de suas ações detidas pelo banco, a US$ 147 milhões. Pela cisão feita em 2016, a Engelhart teria até cinco anos para fazer as recompras pelo valor patrimonial.

A cisão teve por objetivo reduzir a alavancagem do banco. Com a venda das ações que ainda sobraram dentro da instituição, busca-se também reduzir a volatilidade nos resultados. De abril a junho, a Engelhart trouxe uma perda de R$ 115,8 milhões para o banco.

No primeiro trimestre, a Engelhart tinha gerado uma receita de R$ 93,5 milhões. "Gostamos do ativo, mas queremos independência", diz João Dantas, diretor financeiro do banco. "Quanto antes isso acontecer, melhor", completa.

No segundo trimestre, o BTG Pactual registrou um lucro líquido de R$ 503 milhões, valor que representa cerca da metade do registrado em igual período de 2016. Além da Engelhart, as receitas menores vindas da unidade chamada de "sales & trading", responsável pelas atividades de tesouraria e corretagem, e do banco de investimento contribuíram para a redução do resultado no período.

Durante conversas com investidores e analistas ontem, o banco procurou passar a mensagem de que a queda do lucro no segundo trimestre deste ano foi algo fora da curva, causado pela volatilidade trazida com a delação dos irmãos Batista em maio, que afetou o mercado de juros e também freou negócios no mercado de capitais. Ao mesmo tempo, os executivos do banco também destacaram o crescimento da carteira de crédito e dos ativos de terceiros sob gestão. "Esperamos que nosso resultado volte para o padrão histórico", afirma Roberto Sallouti, presidente do BTG Pactual, ao fim de uma teleconferência com analistas.

O retorno médio do banco caiu para 13,3%, o que representou 5,4 pontos percentuais menos do que no trimestre anterior. A meta do banco é alcançar um patamar acima de 20%.

Para os analistas do Morgan Stanley, o BTG Pactual apresentou um resultado "fraco" no segundo trimestre deste ano e ainda não conseguiu mostrar como vai se recuperar nos próximos trimestres. "É difícil interpretar os números do segundo trimestre uma vez que o banco fala mais sobre o período excepcionalmente difícil no mercado de capitais nos últimos três meses e pouco sobre a capacidade do banco de gerar receitas daqui para a frente", dizem os analistas do banco em relatório.

As units do banco BTG Pactual tiveram queda ontem de 1,25%, cotadas a R$ 15,01. Já as units que englobam, além do banco, a área de investimento tiveram alta de 1,28%, a R$ 15,85. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 03/08/2017

03 agosto 2017



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