27 junho 2017

Vinci vende 5% de participação no Burger King Brasil

A gestora de recursos Vinci Partners fechou a venda de uma participação de 5% no Burger King Brasil para o escritório de gestão de fortunas de uma família americana. A transação, que foi concluída no fim da semana passada, atingiu pouco mais de R$ 100 milhões.

A Vinci tinha uma opção de vender mais 5% da empresa para o Capital Group, investidor que entrou na companhia em agosto do ano passado, quando adquiriu cerca de 27% em ações da BK Brasil e de outros acionistas.

A gestora, porém, decidiu ir a mercado para tentar uma venda acima do preço acordado com o Capital Group. Para a Vinci, o forte crescimento do Burger King no Brasil poderia atrair compradores a preços mais altos.

No fim, a proposta recebida de um "family office" americano superou o valor previsto, ao avaliar a companhia em cerca de R$ 2 bilhões, diz uma fonte.

Procurados pela reportagem, Vinci Partners e Burger King não comentaram a informação.
Além da Vinci, que segue com uma fatia de 32% na empresa, e do Capital Group, o Burger King tem como acionistas o Temasek, fundo soberano de Cingapura, e a 3G. O Capital Group forma bloco de controle com a gestora Vinci desde o ano passado. A Restaurant Brands International, controladora da rede no exterior e controlada pela 3G Capital, tem 16% da empresa.

A entrada de novos sócios, de um ano para cá, tem ocorrido como forma para capitalizar a empresa - reduzindo alavancagem e ampliando recursos para investimento. E também levou à venda de ações de sócios da Vinci, que já foram diluídos em sua posição em 2016, quando o Capital Group virou sócio.

Dentro do plano traçado de crescimento da rede, há dificuldade em expandir sem aumento de despesas e dívidas, principalmente porque o crescimento orgânico tem sido acelerado (nos últimos cinco anos, a taxa de aumento anual na receita líquida foi superior a 20%). Nesse ritmo, em 2016 as despesas gerais e administrativas subiram 65% e as despesas financeira, 46%.

A busca por sócios, com injeção de capital no negócio, reduz esse impacto num momento em que o seu maior rival, o McDonald's, deve retomar a velocidade de expansão no Brasil, após um período de reestruturação.

O McDonald's finalizou processo de venda de ativos no país e, após anos, está colocando no mercado um projeto milionário de reformulação de lojas no país.

De acordo com as demonstrações financeiras de 2016, o Burger King Brasil apurou receita líquida de R$ 1,77 bilhão no Brasil, alta de 34,5%. Parte desse crescimento ocorreu graças ao ritmo mais forte de abertura de lojas - foram 73 inaugurações no ano passado, somando 601 restaurantes no país. Há cinco anos, a empresa tinha pouco mais de 200 pontos e receita de menos de R$ 600 milhões.
A empresa ainda apurou prejuízo de R$ 84,5 milhões no ano passado, 130% superior ao de 2015 - na linha de passivos, os prejuízos acumulados somam quase R$ 160 milhões (a companhia existe desde 2011).

A informação da transação foi publicada inicialmente por Lauro Jardim, no jornal "O Globo", e confirmada pelo Valor ontem. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 27/06/2017 -

27 junho 2017



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