08 junho 2017

Fusão entre Neoenergia e Elektro cria empresa de R$ 20 bi de faturamento

A fusão das companhias Neoenergia e Elektro, que deverá ser anunciada hoje, vai criar a maior empresa de distribuição de energia do Brasil, com faturamento próximo de R$ 20 bilhões. A nova companhia – formada a partir da combinação dos ativos das duas elétricas, que têm como sócio comum a espanhola Iberdrola – pretende abrir o capital nos próximos meses, segundo fontes a par do assunto.

A transação que está sendo costurada prevê troca de ações das companhias.
Conforme antecipada pelo Estado, a operação começou a ser discutida nos últimos meses, quando os principais acionistas das companhias sentaram para negociar a união dos ativos. A Neoenergia ainda tem como sócios a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e o Banco do Brasil. Fontes a par do assuntos afirmaram que tanto o fundo de pensão como o Banco do Brasil pretendem aos poucos sair do negócio, após a nova empresa ir à Bolsa.

Pessoas familiarizadas com o assunto afirmaram ainda que o grupo Iberdrola tentou alinhar a união das duas empresas em 2011, quando adquiriu o controle da Elektro, mas as conversas não avançaram. À época, o grupo desembolsou US$ 2,4 bilhões pelo ativo.

A fusão entre as duas empresas sempre foi vista como um caminho natural, uma vez que o grupo Iberdrola é acionista comum das companhias. Neste ano, a multinacional espanhola fechou o escritório no Rio de Janeiro e todas as decisões da empresa passaram a ser tomadas na Elektro, que fica em Campinas, no interior de São Paulo – o que já indicava uma movimentação no grupo de que a fusão estava em curso.

“Com o negócio, a nova empresa se tornará a maior em distribuição em volume de energia.
Até agora, essa posição era ocupada pela AES”, afirma o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello. Além de três distribuidoras que abastecem 770 municípios nos Estados da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, a Neoenergia detém 50% de participação na Hidrelétrica Teles Pires, de 1,8 mil megawatts (MW), e 10% de Belo Monte, de 11 mil MW. No ano passado, o grupo faturou R$ 14,8 bilhões.

Já a Elektro encerrou o ano com receita líquida de R$ 4,7 bilhões.
A empresa detém uma concessionária de energia que abastece 223 municípios paulistas e cinco cidades do Mato Grosso do Sul, além de uma comercializadora e ativos de geração.
No último leilão de transmissão, a companhia arrematou 600 km de linhas para serem construídas.
“A Elektro tem uma qualidade muito boa e pode melhorar o perfil dessa nova empresa”, afirma Mello. Isso porque a Neoenergia tem elevado endividamento.

De acordo com o balanço do primeiro trimestre deste ano, a dívida do grupo estava em R$ 11,6 bilhões, sendo R$ 4 bilhões no curto prazo.

Saída.
A fusão também é vista como a porta de saída do BB da Neoenergia. O banco já tinha sinalizado que não pretendia ficar em setores que não faziam parte do seu principal negócio.
No caso da Previ (que soma fatia de 49%, incluindo um dos fundos de investimento), eles serão diluídos e podem sair de uma vez, em um futuro IPO, disse outra fonte ao Estado.

No passado, a Iberdrola tentou comprar o controle da Neoenergia, mas as negociações não avançaram por entraves com os sócios. Em 2012, os espanhóis mudaram de estratégia e colocaram sua parte à venda na empresa. Chegaram a ter boas propostas de investidores chineses, como a State Grid, mas não fecharam um acordo por causa da interferência do governo, que não queria o avanço dos asiáticos na área de energia (hoje os chineses têm comprado vários ativos no setor).

Além do aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a transação também deverá ser apreciada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Procuradas, Previ e BB não comentam. A Neoenergia informou que “não tem informação a respeito (do assunto). Elektro e Iberdrola não retornaram os pedidos de entrevista. - O Estado de S.Paulo Leia mais em portal.newsnet 08/06/2017


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Neoenergia incorpora Elektro e se torna maior distribuidora

Ao incorporar as operações da Elektro Redes S.A., a Neoenergia se tornará a maior distribuidora de energia do Brasil em termos de número de clientes e de base de ativos regulatórios (RAB, na sigla em inglês). Além disso, dará à Previ e ao Banco do Brasil uma oportunidade para sair da empresa, ou reduzir suas participações.
A nova companhia, conforme informação, terá uma receita bruta agregada de ? 7,93 bilhões (R$ 30,5 bilhões). No ano passado, a Neoenergia obteve R$ 22,2 bilhões; a Elektro, R$ 4,5 bilhões).

Os acionistas controladores da Neoenergia - a espanhola Iberdrola, Previ e Banco do Brasil - fecharam na quarta-feira à noite o contrato para que as operações da Elektro sejam incorporadas.

Atualmente, a Previ detém 49% do capital da Neoenergia; a Iberdrola, 39%; e o Banco do Brasil, 12%. Com a incorporação, o grupo espanhol (dono de 99,99% da Elektro) será titular de 52,45% do capital da empresa combinada, a Previ ficará com 38,21%; e o BB-BI, por sua vez, vai deter 9,35%.

O Valor apurou que a operação está em linha com o objetivo dos - agora - sócios minoritários, de melhorar a condição de liquidez da companhia. Com a incorporação, a Neoenergia passará a ser o veículo exclusivo da Iberdrola no Brasil, ficando melhor posicionada para crescer ou fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO).

O IPO, inclusive, era uma alternativa pensada para a Neoenergia antes mesmo da incorporação da Elektro. Segundo uma fonte próxima das negociações, os sócios agora esperam apenas por uma janela de mercado para fazer a operação, o que pode acontecer ainda neste ano.

O objetivo da Previ, porém, não é sair totalmente da Neoenergia, ao menos por enquanto. O Valor apurou que a fundação pretende continuar na empresa no longo prazo, avaliando o melhor momento para desinvestir no futuro.

A incorporação, que ainda está sujeita a aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), se dará por meio de um aumento de capital da Neoenergia, que será totalmente subscrito pela Iberdrola. A operação terá como contrapartida os ativos da Elektro.

Será assinado um novo acordo de acionistas. Caberá à Iberdrola indicar a nova diretoria da empresa, com exceção da diretoria financeira, que será da Previ e do Banco do Brasil. Nas próximas semanas, deve ter início o processo de integração entre as empresas e a composição da diretoria.

Segundo fontes de mercado, há grande chance de que o atual presidente da Elektro, Márcio Fernandes, seja nomeado presidente da "nova" Neoenergia. A atual presidente, Solange Ribeiro, foi indicada em conjunto pelos três sócios e está no cargo desde 2012.

Até a data do fechamento da operação, Neoenergia e Elektro seguirão sendo administradas separadamente. Também não houve nenhuma decisão sobre a sede da empresa, se será em Campinas (onde fica a Elektro) ou no Rio de Janeiro (sede da Neoenergia).

A Neoenergia têm presença em 11 Estados no país, somando geração, transmissão, distribuição e comercialização. Já a Elektro atende 223 municipio do interior de São Paulo e cinco em Mato Grosso do Sul, somando 2,5 milhões de unidades consumidoras.

A operação terá como consequência um aumento de capital social da Neoenergia, mas não vai resultar na venda do controle ou de qualquer uma de suas controladas. Segundo a empresa, a principal motivação da operação foi a criação de uma das maiores empresas elétricas brasileiras, com fortes perspectivas de expansão.

Em número de clientes, torna-se a maior distribuidora de energia do país, com 13,4 milhões de unidades atendidas. A CPFL, que era a líder até então, tem 9,3 milhões de consumidores. Considerando o principal indicador que o mercado usa para avaliar as empresas de distribuição, a base de ativos regulatória (RAB), a nova Neoenergia será a maior do país.

Levantamento da consultoria Thymos Energia a pedido do Valor mostrou que a base bruta de ativos de distribuição do Grupo Neoenergia soma cerca de R$ 13 bilhões, mas pode chegar a R$ 18 bilhões depois da incorporação da Elektro. A da Light, maior do país nesse indicador, é de R$ 15,7 bilhões. Já a CPFL Energia tem R$ 15,5 bilhões de ativos, seguida pela Cemig, com R$ 15,4 bilhões.

A nova Neoenergia só perderia para a Cemig ao se considerar sua participação na Light, que resulta numa base bruta de ativos regulatórios de cerca de R$ 19 bilhões. A Eletropaulo, que tem a maior área de concessão única do país, tem uma base de R$ 12 bilhões.

Em termos de energia distribuída, a CPFL continuará sendo a maior do país. Em 2016, as distribuidoras do grupo venderam 57 mil gigawatts-hora (MWh), com uma fatia de 14,3% do mercado. Somando a energia distribuída pela Neoenergia e pela Elektro no ano passado, foram 54 mil GWh. Data: 09/06/2017 Veículo: VALOR ECONÔMICO -SP  Jornalista(s): Camila Maia, Ivo Ribeiro e Juliana Machado | De São Paulo Leia mais em linearclipping 09/06/2017

08 junho 2017



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