01 junho 2017

Cemig coloca ativos de R$6,56 bi à venda; prevê ao menos 50% de sucesso até 2018

Ação terá como objetivo reduzir aceleradamente a enorme dívida da companhia; também haverá comercialização das subsidiárias de gás e telecomunicações

A elétrica mineira Cemig anunciou nesta quinta-feira um plano de desinvestimentos que inclui ativos que somam valor patrimonial de 6,564 bilhões de reais, sendo que a empresa espera ter sucesso em no mínimo 50 por cento do programa até o primeiro semestre de 2018, segundo fato relevante.

As vendas de ativos, que terão como objetivo reduzir aceleradamente a enorme dívida da companhia, incluirão o negócio de geração da controlada Light, fatias nas transmissoras Taesa e Transmineira e as participações da empresa nas grandes hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte.

Na Taesa, a Cemig venderá 19 por cento dos 31,5 por cento que detém. Nas grandes hidrelétricas, buscará vender todas as participações.

A companhia também pretende se desfazer das subsidiárias de gás e telecomunicações, Gasmig e Cemig Telecom, e encontrar um sócio estratégico para a controlada de geração limpa Renova Energia.

O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cemig, Cesar Vaz de Melo, disse que o objetivo do plano é reduzir a relação entre dívida líquida e geração de caixa da empresa a um patamar "aceitável" de 2,5 vezes, ante 4,21 vezes no final do primeiro trimestre de 2017.

Segundo ele, muitas das negociações pelos ativos já estão em estágio avançado, e em alguns casos já há propostas não vinculantes feitas por interessados.

"Não há dúvidas da administração da Cemig com relação à efetiva venda desses ativos. Agora sim com propostas que já estão maduras, negociadas e renegociadas", disse Melo.

Também estão na lista de desinvestimentos pequenas hidrelétricas e subsidiárias com portfólio de projetos na área, como as usinas Cachoeirão, Pipoca e Paracambi e as subsidiárias Guanhães Energia, Brasil PCH e ESPRA.

NEGÓCIOS EM ANDAMENTO

Executivos da Cemig disseram que esperam receber ainda nesta semana uma proposta para entrada de um sócio estratégico em sua controlada Renova Energia, o que acabaria com a necessidade de injetar recursos na empresa.

Já a Light Energia, com ativos de geração, deve ser vendida para a Aliança, uma joint venture da Vale com a Cemig que opera uma série de hidrelétricas.

Em Santo Antônio e Belo Monte, que estão entre as maiores hidrelétricas do Brasil, a Cemig tem conversado com outros sócios dos empreendimentos para conduzir as vendas.

Mas em Belo Monte a prioridade neste momento é resolver algumas pendências, como a venda de uma fatia da energia da usina que ainda está descontratada.

"A gente estrategicamente está resolvendo os principais problemas de Belo Monte antes de colocar esse ativo à venda... mas de qualquer maneira já estamos em um processo de seleção dos assessores (para a negociação)", disse Melo.

Além dessas operações, a Cemig pretende negociar com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a devolução da hidrelétrica de Itaocara. A empresa e a Light arremataram o projeto em leilão, mas não têm recursos para construir a usina.

"Itaocara perdeu muita rentabilidade, estamos negociando com a Aneel... para a gente entregar a concessão", disse o diretor. (Por Luciano Costa) Reuters Leia mais em dci 01/06/2017

01 junho 2017



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