30 maio 2017

Setor de renováveis ainda tem espaço para consolidação

O setor de energias renováveis ainda tem grande espaço para consolidações, e os investidores estrangeiros devem ser protagonistas nesse movimento, de acordo com Gustavo Miranda, executivo da área de fusões e aquisições do Banco Santander, que participou ontem de um workshop sobre a fonte eólica realizado pela Casa dos Ventos.

“É natural que o perfil dos investidores mude e é natural também que os empreendedores estrangeiros tenham participação relevante em leilões”, disse Miranda. Segundo ele, a atividade de fusões e aquisições no setor ganhou muita força no segundo semestre do ano passado, mas a tendência é desacelerar agora, refletindo, em parte, o cenário político incerto.

“Você tem muita atividade no mercado de fusões e aquisições, mas o que falta são leilões, que possam dar expectativa de crescimento para o setor”, disse Miranda. Ainda que no curto prazo a ausência de leilões ajude a impulsionar negócios em torno de ativos existentes, sem novos negócios, o setor passa a carecer de “dinamismo”, explicou.

Enquanto os leilões não voltam a acontecer, os investidores de longo prazo devem continuar olhando para os ativos no mercado.
Segundo Miranda, os estrangeiros têm a vantagem do custo de capital menor. “Para os nacionais, levantar capital é uma dificuldade grande. Há um certo ‘heroísmo’ em fazer M&A [sigla em inglês para fusões e aquisições], levantar capital em um país que tem incertezas de câmbio por exemplo”, disse.

Uma empresa local que continua crescendo é a própria Casa dos Ventos. “Nosso negócio é minimizar as incertezas”, disse Mário Araripe, fundador e presidente da companhia. A Casa dos Ventos cresceu como uma desenvolvedora de projetos de energia eólica, que são vendidos para que a empresa possa se capitalizar. Já desenvolveu 5,5 gigawatts (GW), sendo 1,096 GW construídos pela própria companhia. Atualmente, tem 358 MW no portfólio.

A última transação de venda aconteceu há duas semanas, quando a Casa dos Ventos vendeu dois complexos eólicos que somam 346 MW para a Echoenergia, da gestora britânica Actis.
A expertise ainda está com as empresas locais, mas a tendência é que o capital venha cada vez mais de fora do país, segundo Miranda, do Santander.

“Há interesse grande de fundos no setor. Os da América de Norte de infraestrutura, por exemplo, mas eles, com raras exceções, são minoritários nos projetos, não gostam de empreender todos os riscos. A dificuldade deles em geral é em encontrar os parceiros ideais”, disse Miranda.
De acordo com ele, as empresas europeias, por já terem maior tradição de investir no Brasil, devem ganhar cada vez mais espaço. “Empresas como Engie, EDF, Enel, são grupos grandes e capitalizados, que conseguem atrair capital. É natural que eles comecem a ter uma participação mais ativa nos leilões do que os ‘players’ nacionais”, afirmou. Fonte: Valor Econômico Leia mais em energia.sp 30/05/2017

30 maio 2017



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