24 abril 2017

Alpargatas migra na bolsa para atrair capital externo

O conselho de administração da Alpargatas aprovou por unanimidade na quinta­feira a proposta, feita pela acionista minoritária Bonsucex Holding, de migrar do Nível 1 da B3 (ex­BM&FBovespa) para o Novo Mercado. A proposta será levada a votação em assembleia geral extraordinária e assembleia geral especial de acionistas preferencialistas, ainda sem data prevista.

A listagem vai proporcionar direito a voto de todos os acionistas e melhores práticas de governança corporativa. Os minoritários também terão o direito de venda conjunta de suas ações pelo mesmo preço pago aos controladores, em caso de venda da empresa a terceiros ("tag along" integral). Ainda de acordo com a companhia, a mudança facilitará o acesso ao mercado de capitais, elevando o potencial de liquidez das ações.

"A mudança vai permitir o acessos a fundos de investimento europeus e americanos que atualmente só negociam no Brasil ações do Novo Mercado", afirmou Márcio Utsch, presidente da Alpargatas. O executivo também disse que a assembleia de acionistas deve ser realizada no prazo de aproximadamente 30 dias.

De acordo com a proposta, a conversão de ações preferenciais em ações ordinárias será feita na proporção de 1,3 ação preferencial para cada 1 ação ordinária. Essa proporção foi proposta pela J&F Investimentos, controladora da Alpargatas, tomando por base um estudo realizado pelo Banco Bradesco BBI. Atualmente, a Alpargatas possui 470,4 milhões de ações, das quais 51,4% são ordinárias e 48,6% são preferenciais.

A J&F controla a empresa, com 54,24% das ações e 85,78% das ações ordinárias. Outros sócios de maior porte são Silvio Tini de Araújo, com 4,17% do total de ações, Bonsucex Holding (6,34%) e Atmos Capital Gestora de Recursos (3,32%). O restante das ações é pulverizada no mercado.

Utsch acrescentou ainda que a Alpargatas já cumpre a maioria das exigências de governança corporativa para entrar no Novo Mercado, como a existência de um conselho fiscal separado do conselho de administração e fluxo livre de pelo menos 25% das ações. "Hoje temos 42% das ações em fluxo livre. O que terá que ser feito são alguns aprimoramentos, como divulgar um balanço mais detalhado", disse. Jornalista: Cibelle Bouças Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 24/04/2017

24 abril 2017



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