09 março 2017

Após acerto com BTG, a Gerdau fará OPA

A holding Metalúrgica Gerdau anunciou ontem que pretende realizar uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações ordinárias da controlada Gerdau S.A. como consequência da conclusão do acerto de uma permuta de papéis da companhia siderúrgica gaúcha com o BTG Pactual.

A operação, que propõe troca de ações ON por preferenciais, levou as ações Gerdau a caminhos opostos no pregão de ontem. Enquanto os papéis ordinários fecharam em alta de 17,4%, os PN tiveram recuo de 5,99%.

Os ativos da Metalúrgica também foram afetados pela operação. Com as ações preferenciais da holding caindo 6,15%, entre as principais perdas do Ibovespa no dia, e a ordinárias subindo 2,58%.

No acordo firmado com o banco, a Metalúrgica trocará 34,2 milhões de ações ordinárias da Gerdau detidas pelo BTG Pactual por 33,36 milhões de papéis preferenciais que detém da controlada. Com a troca, a holding passa a deter 84,4% das ações ordinárias da Gerdau. Outros 15,3% estão em circulação no mercado e 0,3% na tesouraria da companhia.

Com o aumento da fatia detida pela Metalúrgica no capital ordinário da Gerdau, a controladora irá submeter à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em até 30 dias, pedido de registro de OPA por aumento de participação.

Nesta operação, será oferecido aos detentores das ações ordinárias da Gerdau em circulação a possibilidade de troca por papéis preferenciais da companhia, detidos atualmente pela Metalúrgica, na proporção de 1 para 1.

Nos cálculos da própria holding, considerando a média ponderada de negociações das ações preferenciais e ordinárias de emissão da Gerdau nos últimos 60 dias, bem como a média ponderada destas mesmas ações nos últimos cinco pregões, a permuta representa um prêmio de 40% e 41%, respectivamente.

O prêmio é ligeiramente superior a proporção de 1 para 0,975 utilizada na permuta com o BTG.

Caso consiga efetivar a troca da totalidade dos papéis, além dos 100% das ações com direito a voto, a Metalúrgica ficaria com cerca de 7% das PNs da Gerdau.

"Era uma operação complexa com o BTG e com certeza a extinção dela reduz risco especificamente para a Metalúrgica", afirma Luiz Caetano, analista da Planner Corretora. "Para a Gerdau, como empresa, o efeito imediato é nenhum. Já no mercado uma consequência é que pode haver pressão vendedora na ação preferencial, após a permuta", afirma Caetano.

O analista disse acreditar que alguns dos atuais detentores de papéis ordinários podem querer realizar ganhos após a OPA, dado o prêmio da conversão, o que forçaria o preço das preferenciais de títulos da siderúrgica para baixo.

Em relatório, o BTG Pactual indicou que a operação simplifica a estrutura societária da Gerdau, além reduzir sem custo o passivo da Metalúrgica. A permuta também encerra com o banco, entre outras questões, uma operação de swap, um instrumento particular de cessão fiduciária e um acordo de compensação e liquidação de obrigações.

O banco havia comprado a fatia de 6%, alvo da operação, do BNDESPar (braço de participações do BNDES) em 2014.

"A transação anunciada não só liquida R$ 400 milhões em obrigações, mas também faz de uma forma que exige desembolso de caixa zero pela Metalúrgica Gerdau", aponta o relatório do BTG.- Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 09/03/2017

09 março 2017



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