04 março 2017

5 fatos surpreendentes sobre o SnapChat descobertos no IPO

Companhia abriu em seu prospecto para o mercado dados sobre o negócio nunca antes vistos

Faturamento alto, perdas também: receita cresceu quase sete vezes no último ano, mas prejuízo aumentou também

O aplicativo Snapchat foi lançado em 2011 como plataforma para envio rápido de selfies, com a vantagem dos “snaps” desaparecerem depois de enviados.

Passando de selfies, Snap adicionou vídeos e, em seguida, a capacidade de enviar uma foto ou vídeo para todos os amigos do usuário, lançando assim “My Stories”. Histórias editoriais foram criadas em janeiro de 2015, abrindo o recurso para organizações com equipes editoriais.

Hoje conta com 158 milhões de usuários ativos e um valor de mercado de 22 bilhões de dólares depois da abertura de capital, feita nesta semana, a maior dos Estados Unidos desde o IPO do Alibaba, em 2014.

“Quando estávamos apenas começando, muitas pessoas não entendiam o que era Snapchat e disseram que era apenas para sexting, mesmo quando sabíamos que estava sendo usado para muito mais”, diz o prospecto da empresa.

Separamos cinco itens do prospecto da companhia que mostram um pouco mais sobre quem ela é. Confira a seguir:

Perdas e ganhos

A grande maioria das receitas da Snap em 2016, 98% delas, vieram de publicidade e a companhia tem registrado aumento crescente de vendas – mas também de perdas.

Foram 404,5 milhões de dólares em receitas no ano, contra 58,7 milhões de dólares um ano antes, salto de quase sete vezes em doze meses.

As perdas líquidas também cresceram de 372,9 milhões de dólares em 2015 para 514,6 milhões de dólares no ano passado.

A média global de faturamento por usuário de outubro a dezembro foi de 1,06 dólar por usuário, ante 31 centavos no mesmo período do ano anterior.

Números que mostram quanto a empresa tem faturado mais com o negócio, ainda que precise trabalhar melhor para torná-lo realmente rentável.

Jovens e ativos

Por ter vendas tão atreladas a anúncios, a Snapchat precisa atrair novos usuários ativos de forma constante, medida diariamente. Hoje são 158 milhões deles e o crescimento desse número tem sido cada vez mais pressionado.

A maioria dos usuários tem entre 18 e 34 anos, uma parcela de pessoas cobiçadas pelas agências de propaganda, atraídas para fora do Facebook.

Usuários com menos de 25 anos estão entre os mais ativos e visitam o aplicativo mais de 20 vezes por dia, onde permanecem por mais de 30 minutos.

Não muito longe da média geral dos demais usuários ativos, que entram 18 vezes por dia e passam 25 minutos no aplicativo.

O engajamento é menor nos meses de verão.

Principais funcionários

Aos 26 anos, Evan Spiegel, co-fundador do Snapchat junto de Robert Murphy, de 28, teve um salário de 503 mil de dólares no ano passado, mais um bônus de 1 milhão e outras compensações que somam 2,4 milhões de dólares.

Na carta de oferta de ações da companhia, ele se propôs a reduzir seu salário para 1 dólar no ano, além de um bônus de 1 milhão de dólares.

Ele também receberá unidades de ações restritas, 3% do capital social em circulação, em parcelas trimestrais por três anos, pagas a partir do terceiro trimestre após o IPO.

Se ele e o sócio forem despedidos, ainda terão poder de voto “significativo”. Se um deles morrer, as ações serão convertidas e o outro co-fundador será capaz de exercer o controle de voto sobre as ações em circulação.

Maior fornecedor

O aplicativo usa o Google Cloud para grande parte de sua computação, armazenamento, largura de banda e outras necessidades. Manter o serviço é uma das grandes preocupações da companhia.

Três dias antes do arquivamento do prospecto para abertura de capital, a Snap se comprometeu a gastar 2 bilhões de dólares com o Google Cloud nos próximos cinco anos.

Se esse relacionamento foi interrompido, o aplicativo seria “seriamente prejudicado”, afirmou a empresa no documento.

Sede inexistente

Snap tem sido conhecida por manter as coisas em segredo, mesmo dentro da empresa. Antes do IPO ninguém de fora, nem mesmo os funcionários, sabiam onde a empresa possuía escritórios e se tinha ou não uma sede.

Com o IPO ficou claro que a empresa não tem sede, mas sim vários pequenos escritórios onde trabalham ao todo 1.859 pessoas.

Eles estão espalhados pelos Estados Unidos e exterior, incluindo vários endereços em Veneza, na Califórnia. A ideia de manter todos afastados era a de gerenciar melhor cada uma das unidades, de forma independente.

Com a oferta pública de ações, e a pressão que isso trará daqui para frente, a empresa deu entender que isso mudará, já que a sua capacidade de reter e supervisionar as equipes foi posta à prova. Por Tatiana Vaz Leia mais em exame 04/03/2017

04 março 2017



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