02 novembro 2016

Maior empresa de transporte marítimo do mundo quer mais fusões

A A.P. Moller-Maersk, proprietária da maior linha de contêineres do mundo, afirmou que fusões como a que combinou suas três principais concorrentes japonesas são um alívio para um setor afligido, caracterizado pelo excesso de capacidade.

A Nippon Yusen KK, a Mitsui O.S.K. Lines e a Kawasaki Kisen Kaisha informaram na segunda-feira que planejam uma fusão que lhes dará o controle de 7 por cento do mercado mundial de transporte marítimo de contêineres. Este é o mais recente exemplo das medidas do setor para criar escala na tentativa de se adaptar a um mundo onde as tarifas de frete estão sob pressão desde 2007.

Soren Skou, presidente da Maersk Line que também administra o grupo Maersk, disse no mês passado que a empresa com sede em Copenhagen deixaria de comprar novas embarcações e tentaria se expandir através de aquisições.

"Damos boas-vindas à consolidação", disse Mikkel Elbek Linnet, porta-voz da Maersk Line, por e-mail à Bloomberg em resposta a perguntas. "Nosso setor é fragmentado, e a consolidação pode ajudar a modificar nossos negócios em benefício dos clientes." Os comentários surgem em um momento em que a Maersk coloca a estrutura de seu grupo sob análise estratégica. A diretoria informou que deseja separar a unidade de energia das operações de transporte.

O excesso de embarcações e o fraco crescimento comercial levaram as linhas de navegação a tentar oferecer preços mais baixos que as outras nas tarifas que cobram dos clientes. Esse ambiente foi letal para alguns integrantes do setor, e a Hanjin Shipping, a maior linha da Coreia do Sul, entrou com um pedido de recuperação judicial em agosto. Talvez a Maersk Line esteja interessada em comprar partes dessa empresa, disse David Kerstens, analista de transporte da Jefferies International, no mês passado.

Até o momento, as iniciativas de consolidação incluíram acordos em partes do setor para o compartilhamento de navios, a fim de evitar o custo de ampliar frotas individuais. No entanto, a Maersk afirma que esse pode ser um modo menos eficaz do conseguir escala que as fusões.

"Estamos vendo uma onda de consolidação", disse Linnet. "É difícil dizer quão grande ela será. A consolidação pode liberar eficiências de custos fixos e varáveis que não são possíveis em um acordo de compartilhamento de navio."

A Maersk, que não realiza uma grande aquisição há mais de dez anos, está em uma aliança de compartilhamento de embarcações com a segunda maior empresa do ramo, a Mediterranean Shipping Co. O conglomerado dinamarquês deve informar os resultados do terceiro trimestre no dia 2 de novembro. Dos 29 analistas que cobrem a Maersk, apenas três recomendam vender as ações. Quinze recomendam que os clientes comprem e o restante diz que os investidores devem manter a ação.

O banco SEB, que recomenda manter a ação da Maersk, afirmou que a lucratividade da unidade de transporte marítimo "será determinada em grande parte pelos cortes de custo e pela utilização", porque os resultados publicados pelos pares sugerem que o setor continua sob pressão, de acordo com uma nota.Christian Wienberg e Nicholas Brautlecht (Bloomberg) --

02 novembro 2016



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