18 setembro 2016

Petrobras acelera venda de ativos e busca sócios para reduzir dívida

Com uma dívida líquida de US$ 103,5 bilhões ao fim de junho, a gestão financeira ganhará ainda mais relevância no novo plano de negócios

Com o objetivo de acelerar o processo de redução de seu endividamento, a Petrobras deve ampliar os esforços de venda de ativos e corte de custos nos próximos cinco anos. As propostas estão na base novo plano de negócios da companhia, que será avaliado nesta segunda-feira (19) pelo conselho de administração.

É o primeiro plano da gestão Pedro Parente, indicado ao cargo em junho pelo presidente Michel Temer, e terá foco na redução da dívida. A estatal não comenta detalhes, mas o mercado espera um corte no orçamento de investimentos para a casa de US$ 15 bilhões por ano – queda de 20% em relação à média do plano atual, lançado em 2015 e revisto em janeiro.

O novo plano da Petrobras terá ênfase em parcerias com outros sócios, abrindo a possibilidade de venda de participações em negócios nos quais a empresa hoje é dominante, como refino e transporte de óleo e derivados. A ideia é concentrar os gastos nas operações relacionadas à produção de petróleo, com maior potencial de geração de receitas.

Todas as outras operações, como gás, energia, biocombustíveis e petroquímica, poderão ser vendidas, caso haja interesse no mercado. Como parte do plano de venda de ativos lançado em 2015, a estatal já concluiu três operações, somando US$ 4,6 bilhões – a meta é arrecadar US$ 15,1 bilhões neste ano.

A lista de vendas fechadas inclui negócios na Argentina e no Chile, 49% de sua subsidiária de participações em distribuidoras de gás canalizado e a área de Carcará, na região do pré-sal.

A empresa deve anunciar em breve a venda de sua rede de gasodutos da região Sudeste, por US$ 5,2 bilhões. As negociações com um consórcio liderado pela canadense Brookfield já foram concluídas e dependem apenas de aval do conselho.

Dívida

Com uma dívida líquida de US$ 103,5 bilhões ao fim de junho, a gestão financeira ganhará ainda mais relevância no novo plano de negócios. Como resultado do corte de custos e venda de ativos, a empresa pretende antecipar a meta de redução dos indicadores de endividamento para antes de 2020.

A empresa tem hoje um nível de alavancagem (relação entre dívida e patrimônio) de 63%. A relação entre dívida e geração de caixa era de 4,49 vezes. O mercado considera adequado um limite de 35% e 2,5 vezes, respectivamente. A companhia estatal criará também uma meta de segurança operacional, para reduzir os indicadores nos próximos cinco anos. (Folhapress) Leia mais em osul 18/09/2016

18 setembro 2016



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