28 julho 2016

Franklin Templeton planeja aquisição em distribuição

A gestora americana Franklin Templeton, com quase US$ 750 bilhões sob seu guarda-chuva em diversas geografias, tem no seu caixa global um excedente de US$ 10 bilhões que pode ser usado para aquisições estratégicas. O Brasil está no mapa e a intenção, segundo o diretor-presidente da operação local, Marcus Vinicius Gonçalves, é identificar oportunidades na área de distribuição de fundos de investimentos. Uma plataforma digital seria o "sonho de consumo" do braço brasileiro.

"Somos compradores", afirma Gonçalves. "A ideia é aproveitar o momento de mercado, buscar algo que tenha o preço certo." Ele diz manter relacionamento com todas as plataformas de distribuição eletrônica no Brasil, algumas das quais usa para vender seus portfólios no país, mas evita dar pistas sobre o andamento das conversas. A lógica, conta, é contornar a limitação existente para crescer no cliente final.

Hoje, o principal parceiro de distribuição dos fundos de investimentos da Franklin Templeton é o Citi, um dos poucos bancos no país a trabalhar sob o modelo de arquitetura plenamente aberta, em que oferece portfólios geridos por terceiros aos seus clientes. Há cinco fundos da gestora oferecidos exclusivamente pela base de relacionamento do Citi. Mas a instituição financeira americana está de malas prontas para sair do país e busca um comprador para os seus negócios locais.

O mercado de gestão de recursos brasileiro replica a concentração observada no setor bancário no país, com as cinco maiores assets - BB DTVM, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa e Santander - detendo R$ 1,97 trilhão do bolo de R$ 3,05 trilhões, ou 65%, segundo dados de maio da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). A Franklin Templeton ocupava então a 49ª posição, com R$ 5,1 bilhões, considerando-se na conta as carteiras "off-shore" (fora do país), após a recente consolidação dos portfólios de América Latina no Brasil.

O varejo seletivo é o foco da estratégia de crescimento não orgânico no Brasil, diz Gonçalves. "O investidor de classe média não compra fundos sozinho, necessita de um advisory", diz.

Para convencer o comando da Franklin Templeton, com sede em San Mateo, na Califórnia, a dar prioridade a aquisições no país em detrimento de outros mercados de crescimento, ele conta com o "carinho" pela divisão brasileira de Stephen Dover, que assumiu a Templeton Emerging Markets Group em abril, no lugar do ícone Mark Mobius - o investidor pioneiro que popularizou a aplicação em mercados emergentes e passou à presidência do conselho de administração da gestora. Dover trabalhou e morou na China e no Brasil.

A Franklin Templeton está na América Latina há 20 anos, abriu seu primeiro escritório regional em 1995 e está presente em São Paulo, Rio, Cidade do México e Buenos Aires. Os fundos mútuos da Franklin Templeton têm investido na região desde o início de 1980. A Franklin Templeton Investimentos Brasil é uma subsidiária da Franklin Resources Inc. que opera por aqui desde 1997. Entre 1998 e 2006, a casa manteve uma "joint venture" com o Bradesco, que após sucessivas aquisições no setor financeiro decidiu tocar trabalho solo na área de gestão de recursos. Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 28/07/2016

28 julho 2016



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