30 junho 2016

Novos players mudam a cara do segmento

O anúncio da aquisição da operação brasileira do HSBC pelo Bradesco em agosto de 2015, em uma negociação estimada em US$ 5,2 bilhões, é mais um indício de um movimento que ganhou fôlego especialmente nos últimos 15 anos no Brasil: a consolidação do mercado de private banking. Longe de ser uma movimentação isolada, a concentração dos recursos dos milionários nas mãos de poucos players é encarada por especialistas como uma consequência natural da própria concentração da indústria bancária no país.

A exemplo do avanço recente do Bradesco, eventos de fusão e aquisição envolvendo grandes instituições bancárias, bancos médios e gestores independentes que atuam com clientes milionários se avolumam. Em 2016, completam-se dez anos da aquisição da corretora e administradora de ativos Hedging-Griffo pelo Credit Suisse, em um negócio estimado em US$ 364 milhões à época. Quatro anos antes, o Itaú havia anunciado a compra do banco BBA por R$ 3,3 bilhões.

"A consolidação do private banking reflete a consolidação do próprio setor bancário ao longo dos anos. O private é um segmento relevante dentro das instituições e há uma tendência de consolidação no futuro, com a possibilidade de movimentos de aquisição ou fusão, com uma placa grande comprando uma pequena, ou placas menores se juntando para enfrentar as maiores", diz o sócio da área de consultoria da Deloitte, Sergio Biagini.

Apesar dos episódios de fusão e aquisição sugerirem que o grosso dos recursos será cada vez mais dominado por grandes - e poucos - grupos, há quem afirme que o segmento private também passa por um momento de renovação, com novos players cavando espaço para competir com os grandes bancos. "Minha visão é que o mercado não está necessariamente se concentrando, mas se transformando", diz o sócio da KPMG, Marco André Almeida.

Para Almeida, os serviços de private banking, que no passado eram prestados basicamente por bancos no Brasil, cada vez mais atraem novos entrantes na disputa, de gestoras independentes aos family offices.

"Globalmente, uma tendência que surge e que deve chegar com força ao Brasil são as fintechs, que começam a oferecer serviços típicos de wealth management com uma construção mais personalizada de carteiras, combinando alto nível de tecnologia com instrumentos dos mais variados, como os Exchange Traded Funds (ETFs)", diz.

As fintechs (startups que unem tecnologia com serviços financeiros) começam a mirar os milionários, o que pode acarretar em uma tendência de disrupção no mercado de private banking. No exterior, já existem fintechs de aconselhamento financeiro para uma clientela ávida por informações sobre como melhor alocar seus recursos. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 30/06/2016

30 junho 2016



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