12 maio 2016

Indicador da FGV aponta melhora do clima econômico

A expectativa de troca de governo levou à melhora do Índice de Clima Econômico (ICE) do Brasil de 47 para 55 pontos entre janeiro e abril. Esse foi o melhor resultado desde janeiro de 2015 (57 pontos), impulsionado por perspectivas mais favoráveis nos próximos meses, afirmou Lia Valls, pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV), que calcula o índice em parceria com o instituto alemão IFO. Apesar disso, o indicador continua bem abaixo da média dos últimos dez anos (104 pontos).

O ICE é apurado com base em informações prestadas trimestralmente por economistas, a partir de dados coletados para a Sondagem Econômica da América Latina. A pesquisa ouviu 1.078 especialistas em março, sendo 127 do continente.

Sobre o desempenho brasileiro na pesquisa, a pesquisadora da FGV ponderou que a melhora deve ser encarada com cautela. A avaliação dos analistas sobre a situação da economia brasileira em abril, mensurado pelo Índice de Situação Atual (ISA), registrou apenas 20 pontos, o pior patamar do ISA brasileiro da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 1989.

Segundo Lia, não houve mudança na economia brasileira que pudesse reverter a trajetória negativa do indicador de situação atual. O ICE do país foi basicamente impulsionado pelas expectativas, que atingiram 90 pontos, o melhor resultado desde janeiro de 2014 (94 pontos). "O que temos é uma expectativa de que, com a mudança de governo possa se chegar ao fim essa paralisia", avaliou, notando que há meses a turbulência política paralisa o país.

A expectativa de mercado para a economia brasileira este ano é de recuo no Produto Interno Bruto (PIB) mais forte do que o do ano passado, quando houve retração de 3,8%, afirma a pesquisadora. Para ela, eventual troca de governo não é certeza de melhora imediata da economia. "Os principais problemas, como inflação e déficit fiscal, continuam", disse Lia. "Acho que todos esperam [de um novo governo] ajuste fiscal mais firme e reformas, mas não sei se isso será atingido."

O indicador brasileiro também se posicionou bem abaixo da média para a região. Na América Latina, o ICE avançou de 72 para 74 pontos, uma alta também determinada pela melhora das projeções para o futuro. O Índice de Expectativas (IE) subiu 4 pontos, de 84 para 88 pontos; enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) ficou estável em 60 pontos.- Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 12/05/2016 

12 maio 2016



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