20 fevereiro 2016

Rapidez na integração é fundamental em fusões

Consultoria alerta que empresas pretendem continuar a investir no Brasil ainda que apenas 27% atinjam resultado esperado em menos de um ano

A elaboração e execução de um plano formal de integração é fundamental para o sucesso desse tipo de transação, aponta pesquisa

Até 2018, o Brasil voltará a ser destino de novos investimentos internacionais em fusões e aquisições para 55 de 87 empresários que entraram no mercado nacional nos últimos três anos, segundo a “Pesquisa de Integração – Entendendo os desafios locais para maximizar o retorno de investimento em M&A”, da consultoria Deloitte. Mesmo com a crise econômica e os altos juros para o crédito, o número poderia ser ainda maior caso os empreendedores locais fizessem um planejamento de integração que acelerasse o retorno do negócio. Isso porque apenas 27% dos processos do tipo atingem as metas propostas em menos de um ano no País, média que sobe para 74% nos Estados Unidos.

Questões culturais como a forte presença de lideranças familiares e a resistência de funcionários em mudar ajudam a explicar a certa demora nos processos de integração em fusões no Brasil. No entanto, a consultoria aponta que é a falta de planejamento que mais atrasa o cumprimento de metas como o aumento da receita ou a redução de custos.

Sócia especialista da Deloitte em integrações e separações de empresas, Renata Muramoto afirma que, em transações do tipo, os investidores buscam ganhar mercado consumidor ou economizar em escala, com menores gastos para uma maior produção. “No Brasil, acabam levando um tempo maior para capturar essa sinergia, de um ano a dois anos”, diz. Ela completa que também há maiores demandas por esforço e investimento, ou mesmo perda de pessoal especializado por resistência ou por falta de integração ao processo.

Empresas de países mais acostumados a esse tipo de negócio tendem a completar a transação em até um ano, explica. “Por uma questão de planejamento, ou por termos mais empresas familiares com líderes fortes”, exemplifica.

O valor da parte que cabe ao investidor também é definido pelo tempo que levará para que ele atinja os seus objetivos. Isso porque, em caso de demora, há risco de perdas financeiras. “O perigo maior é que as duas empresas juntas sejam menores do que a soma delas separadas”, diz a consultora.

PASSOS PARA O SUCESSO

A sócia da Deloitte considera que o Brasil é bastante atrativo por ser um mercado de grandeza significativa, seja em extensão, em população ou em Produto Interno Bruto (PIB). “As empresas pretendem continuar a fazer investimentos, principalmente pela desvalorização do real e pelos juros em alta dificultarem a manutenção de investimentos por empresas nacionais”, diz.

Por outro lado, cita como dificuldades impostas pelo País a complexidade de leis, regulações nacionais e tributos, bem como as concepções prévias dos líderes acerca do próprio negócio. “Até 70% das aquisições acabam não capturando o valor inicial estimado e um fator relevante é a falta de alinhamento cultural.”

Por isso, o sucesso dessas transações depende de algumas práticas. Dos entrevistados na pesquisa, 69% elaboraram e executaram um plano formal de integração. Destes, 87% consideraram que o processo foi bem-sucedido, índice que cai para 54% entre os que não adotaram o expediente.

Renata aponta que o primeiro passo é preciso engajar a liderança do negócio na análise de informações e de metas, desde o início, para facilitar a definição de estratégias. Também sugere definir uma equipe executiva para a integração, que deve ter fases bem definidas e que sejam transparentes a todos os públicos internos, para evitar conflitos e resistências. “Nenhuma transação é perfeita, mas todas têm a oportunidade de se tornarem bem-sucedidas se combinarmos as lições aprendidas a um propósito claro e a uma equipe com experiência e dedicação”, finaliza. Folha Web Leia mais em portalcontabilsc 15/02/2016

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Como maximizar o retorno dos investimentos em operações de fusão & aquisição diante da atual situação econômica brasileira  Leia mais em deloitte 02/2016

20 fevereiro 2016



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