05 fevereiro 2016

Graças ao México, fusões e aquisições devem crescer na AL

Fusões e aquisições: no mundo todo, operações devem crescer 8% ao longo do segundo trimestre deste ano

 Mesmo com a desaceleração econômica no Brasil, o número de fusões e aquisições na América Latina deve crescer ao longo do segundo trimestre, segundo levantamento da empresa de tecnologia Intralinks.

Os acordos devem ser impulsionados pelo crescimento do México, pela esperada recuperação de toda a região no longo prazo e pela ascensão da classe média local.

“Os negociadores terão de rejeitar o cenário de curto prazo e assumir uma visão de longo prazo. Isso se aplica ao caso do Brasil, que permanece em turbulência com as crises econômica e política, mas vê investidores internacionais comprarem ativos a preços mais baixos, devido à forte desvalorização do real em relação ao dólar”, comenta Cláudio Yamashita, diretor geral da empresa no Brasil, em nota.

As transações em estágio inicial registradas na AL no último semestre do ano passado, porém, cresceram em ritmo muito menor do que nos três meses anteriores – o avanço passou de 48,6% para 7,4%.

Nas outras três regiões (América do Norte, Ásia-Pacífico, e EMEA – que abrange Europa, Oriente Médio e África), ao contrário, foi observada aceleração do aumento de fusões e aquisições.

Visão global

A Intralinks estima que as operações de compra e fusão devem crescer 8% em todo o mundo no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015. Os setores de maior consolidação devem ser os de consumo, telecomunicações, saúde, indústria, imobiliário e energia.

Já os segmentos de alta tecnologia, varejo, materiais e mídia e entretenimento devem apresentar redução.

Europa, África e Oriente Médio

Na EMEA, os acordos devem principalmente na Zona do Euro, devido à recuperação das economias dos países que compõem a área e das medidas de flexibilização quantitativa por parte do Banco Central Europeu.

Já na África e Oriente Médio, as atividades devem desacelerar por conta da queda da demanda chinesa por commodities, dos preços baixos do petróleo e da instabilidade política.

Em toda a região, as transações em estágio inicial aumentaram 11% no quarto trimestre de 2015. No trimestre anterior, o crescimento foi de 10,4%.

América do Norte

Para a América do Norte, é esperado um aumento modesto das fusões e aquisições, um reflexo da política cautelosa do FED (o Banco Central do EUA) quanto a novos aumentos da taxa de juros neste ano.

O crescimento estável da economia do país, os menores custos de matérias-primas e energia, os baixos preços do petróleo e o dólar valorizado também devem pesar.

Na região, as operações em estágio inicial cresceram 5,4% de outubro a dezembro do ano passado, após declínio de 3,2% no terceiro trimestre.

Ásia-Pacífico

Já na Ásia-Pacífico, a movimentação será influenciada pelos eventos de mercado da China, que influenciarão todo o resto do mundo. As fusões e aquisições devem aumentar no Japão e no sudeste da Ásia e diminuir no norte e sul do continente e também na Austrália.

Os acordos em estágio inicial nessa região cresceram 9,8% no quarto trimestre de 2015, em comparação a um avanço de apenas 1,8% no trimestre anterior.

O cálculo

Desde 2008, a Intralinks divulga o Deal Flow Perdictor (previsor de fluxo de negociações, em tradução livre).

Por meio da coleta dados do mercado, ela monitora transações que estão chegando à fase de duo dilligence – na qual uma companhia investiga informações sobre possíveis parceiras, antes de fazer uma proposta para comprar ou se fundir a elas.

A partir daí, é possível prever os negócios que terão anúncio público dentro dos próximos seis meses, com índice de precisão de 95%. Luísa Melo Luísa Melo, Leia mais em EXAME 05/02/2016

05 fevereiro 2016



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